Após insucessos, Sarah Menezes busca recuperação em Mundial de judô
É Sarah Menezes, 25, quem ostenta a principal láurea do judô nacional na atualidade, com um ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
É da piauiense, também, a maior responsabilidade na equipe nacional para o Mundial de Astana, no Cazaquistão, que começa na madrugada desta segunda-feira (24).
Desde a glória olímpica, Sarah tem tido resultados intermitentes. Se foi bronze no Mundial do Rio, em 2013, viveu no ano seguinte uma temporada para se esquecer.
A judoca chegou a ficar dez meses sem subir a um pódio internacional de relevo.
No Mundial de 2014, na cidade russa de Cheliabinsk, perdeu logo na primeira rodada para a francesa Amandine Buchard. Àquele fracasso seguiram-se outros, como no Grand Slam de Tóquio e nos Grand Prix de Dusseldorf e Samsun –este já neste ano.
Até por isso, despencou da 2ª para a 10ª posição do ranking mundial na categoria ligeiro (até 48 kg), este mês.
A decaída de um dos expoentes do judô nacional fez a CBJ (Confederação Brasileira) e o COB (Comitê Olímpico do Brasil) criarem uma espécie de "Operação Sarah".
Motivo para isso não falta: na conta do comitê para que o Brasil atinja ao menos 27 medalhas nos Jogos do Rio, o judô representa uma parte importante —é o esporte que mais deu láureas ao país na história, com 19 conquistas.
Em Londres-2012, foram quatro pódios, o mais importante deles o de Sarah. Não interessa a ninguém que ela seja subtraída da equação.
Foi traçada uma estratégia para recuperar a atleta, que perdeu o foco no último ano e chegou a ficar acima do peso limite de sua categoria.
Ela até chegou a ganhar o ouro no Pan-Americano da modalidade, em Edmonton (Canadá), em abril, mas avaliou-se que era necessário recauchutá-la por completo.
Primeiro, ela foi sacada do Pan de Toronto, para o qual a CBJ levou força máxima –acabou substituída por Nathália Brígida, que levou bronze na competição e também foi levada ao Mundial.
A ideia foi preservá-la e deixá-la em forma para Astana, que é a prioridade no ano.
Enquanto a delegação foi para o Canadá, Sarah ficou praticamente baseada no Rio.
Treinou em três períodos por dia —dois técnicos, um exclusivamente físico—, no centro de treinamento dentro do Parque Aquático Maria Lenk e no Instituto Reação.
Neste tempo, Sarah passou por reciclagem técnica sob comando da japonesa Yuko Fujii, que integra a comissão brasileira desde 2013.
Outra determinação da CBJ foi a de que a atleta, que não abre mão de ter Teresina como base, faça "temporadas" em outros clubes, com atletas mais gabaritados e que a tirem da zona de conforto.
Nos dois últimos meses, por duas vezes ela viajou a Porto Alegre para treinos na Sogipa, clube onde treinam a campeã mundial Mayra Aguiar e o medalhista olímpico Felipe Kitadai.
"Eu estou mais motivada e com mais vontade, é uma medalha que falta no currículo", disse a judoca, que já tem três bronzes no torneio, nas edições de 2010, 2011 e 2013.
Sarah conhecerá sua rival na estreia neste domingo (23), quando ocorre o sorteio. Além dela, Nathália, Kitadai e Eric Takabatake disputam as eliminatórias também do peso ligeiro, no masculino.
NA TV
Mundial de Astana
7h (segunda-feira) SporTV 2
Livraria da Folha
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