Envolver política com esporte é o temor do COI para negar homenagens
Kurt Strumpf - 5.set.1972/Associated Press | ||
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Terrorista palestino durante invasão da Vila Olímpica, em Munique-1972 |
O atentado de Munique aconteceu no dia 5 de setembro de 1972, quando membros do grupo palestino "Setembro Negro" invadiram a Vila Olímpica e fizeram 11 reféns entre a delegação israelense.
Pediram a libertação de 234 presos palestinos. Dois reféns morreram no começo da ação. Os outros nove –além de cinco dos oito terroristas e um policial alemão– pereceram na desastrada ação da polícia.
O motivo alegado pelo COI para não lembrar os mortos em eventos oficiais é não envolver política e esporte. Mas alguns acreditam que, na verdade, a instituição não estaria interessada em melindrar as dezenas de países árabes que participam dos Jogos.
É o que acredita Ankie Spitzer, viúva do treinador de esgrima Andrei Spitzer, um dos 11 mortos. "Em 1976, quando pedimos pela primeira vez o minuto de silêncio, o COI disse que, se fizesse isso, todos os 21 países árabes na Olimpíada iriam embora", disse.
Em 2012, o grupo "Munique 11" reuniu 120 mil assinaturas pedindo o gesto na abertura dos Jogos.
O então presidente do COI, Jacques Rogge, chegou a fazê-lo, mas em uma cerimônia menor. Também foi a eventos privados, como um na embaixada israelense em Londres, em homenagem aos mortos.
Um dos responsáveis pela iniciativa de 2012, o líder comunitário americano David Kirschtel disse à Folha que pode retomar a iniciativa caso os parentes desejem.
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