Tostão e Parreira veem Neymar como melhor do mundo em breve
A votação modesta de Neymar no prêmio de melhor jogador do mundo decepcionou aqueles que esperavam uma briga pelo segundo lugar com Cristiano Ronaldo.
Por outro lado, o próprio jogador, que teve 7,9% dos votos e ficou atrás do português (27,8%) e de Messi (41,3%), manteve firme o seu objetivo.
"Dá para brigar [com Messi e Ronaldo]. Já estamos brigando, é uma briga sadia, saudável de querer ser sempre o melhor, de querer vencer os campeonatos, isso é um objetivo. Eu quero ser sempre o melhor", afirmou Neymar após o evento.
Carlos Alberto Parreira, ex-técnico da seleção brasileira, faz coro à declaração do atual capitão da equipe.
"Quanto tempo o Messi e o Cristiano levaram para ganhar o prêmio? O Neymar é jovem e já entrou na elite do futebol mundial. Ele está no Barcelona há só dois anos. A natureza não dá saltos. Se não for no ano que vem, ele vai levar em breve", afirma Parreira à Folha.
"Não vejo tanta diferença técnica entre os três. O Cristiano está com 30 anos e já alcançou o ápice. Vai ser complicado ganhar de novo. O Messi pode ganhar mais algumas. Depois, 'it's Neymar time'", completou.
Ex-jogador e colunista da Folha, Tostão tem opinião semelhante à de Parreira.
"Messi e Cristiano são jogadores de prestígio, e o Neymar está chegando nesse meio, por isso é natural que receba poucos votos. Para ser identificado entre os melhores, ele precisa jogar bem por diversas temporadas. Mas não podemos analisar seu desempenho pela porcentagem de votos", analisa.
"A grande conquista do Neymar é estar no grupo dos melhores. Se ele jogar no mesmo nível em 2016, receberá ainda mais votos da próxima vez. Como ele é novo, deve crescer muito mais e pode se tornar o melhor do mundo em breve."
Estreante entre os três finalistas, Neymar recebeu 15 votos como o melhor. Um veio do técnico Dunga, e outros quatro de seleções com alguma visibilidade: Bryan Ruiz (capitão da Costa Rica), Jorge Pinto (técnico de Honduras), Grant (técnico de Gana) e Ayovi (capitão do Equador).
Os demais vieram de capitães das seleções de Samoa Americana, Filipinas, Ilhas Salomão e Zâmbia; dos técnicos de Nova Caledônia, Curaçao e Zâmbia; e dos representantes de mídia de Ucrânia, Azerbaijão e ilhas Turks e Caicos.
Antes dele, entre os brasileiros, ocuparam o terceiro lugar Rivaldo (2000, ganhou no ano anterior), Ronaldo (2003, venceu em 1996, 1997 e 2002) e Ronaldinho Gaúcho (2006, levou em 2004 e 2005).
Enquanto Neymar cava seu espaço, Messi comemora a distância que tem conquistado como o maior de sua geração. Cinco vezes melhor do mundo, ele se afastou de Cristiano Ronaldo, com três.
Também receberam o prêmio por três vezes o brasileiro Ronaldo e o francês Zinédine Zidane nas décadas de 1990 e 2000.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade