Presidente do Barcelona se cala na Justiça sobre contratação de Neymar
Javier Soriano/AFP | ||
Bartomeu (dir), presidente do Barça, e seu antecessor, Rosell, chegam à sede da Audiência Nacional |
O presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, e o seu antecessor, Sandro Rosell, compareceram à sede da Audiência Nacional da Espanha nesta segunda-feira (1º) para prestar declarações no caso que investiga fraude e corrupção entre particulares na transferência do atacante Neymar, em 2013.
Porém, os dois dirigentes, que depuseram como réus, se negaram a responder às perguntas feitas pelo fiscal José Perals e pelo juiz José de la Mata. Eles alegaram que ratificam o que já explicaram sobre o caso.
Bartomeu e Rosell chegaram juntos à sede da Audiência Nacional por volta das 9h50 (de Madri) e deixaram o local cerca de uma hora e meia depois, sem falar com a imprensa.
A Justiça espanhola vê indícios de irregularidade no contrato firmado entre Santos e Barcelona por 17 milhões de euros.
Neymar, que também vai depor como réu, deve comparecer à sede da Audiência Nacional nesta terça-feira (2), assim como o seu pai, Neymar da Silva Santos, e sua mãe, Nadine Gonçalves da Silva Santos.
Luis Álvaro de Oliveira e Odílio Rodríguez, ex-presidentes do Santos, também foram convocados a depor. O clube paulista e o Barcelona deverão comparecer como pessoas jurídicas.
Neymar é acusado pelo grupo DIS, que detinha parte dos direitos econômicos do atacante, de corrupção privada e estelionato em razão de contratos simulados.
Documentos mostram que o valor da negociação do atleta, feita em 2013, já bateu a casa dos 90 milhões de euros (R$ 385 milhões), segundo advogados que cuidam do caso.
A DIS cobra 40% de todo o valor apurado, porcentagem que detinha dos direitos econômicos do atleta, que poderia chegar a 32 milhões de euros (R$ 140 milhões).
Outro interessado em receber eventual diferença de valores da transação é a Federação das Associações dos Atletas Profissionais (FAAP). Ela, que por lei tem direito a ganhar 0,8% de todas as transferências realizadas no futebol brasileiro (nacionais e internacionais), também entrou como parte prejudicada na ação penal proposta pela DIS.
Os réus podem ser condenados a pagar uma indenização, mas também à prisão. As penas dos dois crimes apontados, corrupção privada e estelionato de contrato simulado, variam de seis meses a quatro anos de detenção. Somadas, podem chegar a oito anos de prisão.
Com EFE
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