Depoimento
Sou Flu em SP: Hoje, enfim, posso sair de casa com minha camisa tricolor
Sou de uma família toda tricolor. Exatamente há 39 anos, na adolescência, fui arrancado do útero tricolor carioca: as Laranjeiras.
Em 1977, tive que me mudar para São Paulo, onde nunca havia estado antes. Quando cheguei, não vi montanhas, não vi praias e, o pior, não vi o Maracanã.
Tive que me acostumar a não ter mais ao meu lado amigos tricolores e nem ver mais ninguém nas ruas com a camisa do Flu.
Uniformes do São Paulo, Palmeiras, Corinthians eram imagens que nada me diziam. Nunca tive e nem tenho qualquer predileção por algum time paulista, só os respeito.
Compreendi e aceitei minha condição de exilado tricolor das Laranjeiras.
Tinha saudades de ser protagonista nos estádios. Em São Paulo, os piores lugares são reservados aos visitantes.
Rafael Andrade - 05.dez.2010/Folhapress | ||
Torcida do Fluminense comemora a conquista do Brasileiro de 2010 |
Vi mais a piscina do clube do Palmeiras do que o próprio campo no velho Palestra Itália, me habituei a esconder a camisa do Flu na mochila e a esperar até uma hora e meia para sair do estádio.
Mas a cidade me acolheu bem profissionalmente. Ao longo de 28 anos, me tornei empresário de uma bem-sucedida empresa, a 2001, que foi um marco na cultura cinematográfica paulista.
Meu filho Leonardo nasceu em São Paulo quando o tricolor estava na terceira divisão, o que não o impediu de se tornar um torcedor fanático.
Ser fluminense não é opção, está no DNA.
Neste domingo (20), tem Fla-Flu no Pacaembu. Somos, enfim, os protagonistas do estádio. Posso sair de casa com minha camisa e minha bandeira do Fluminense.
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