Para aumentar público, garrafas PET valem entrada para jogos de futebol
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Partida entre Botafogo-SP e São Caetano pela Série C do Campeonato Brasileiro |
Duas garrafas PET por um ingresso. Essa foi a maneira encontrada pela FPF (Federação Paulista de Futebol) para aumentar o público nos estádios de São Paulo.
A ideia já rendeu um acréscimo de até 300% no número de torcedores, mas isso não significa necessariamente uma receita maior aos clubes.
Nas quartas de final da Série C do Brasileiro, o Botafogo-SP aderiu à campanha e 25 mil pessoas trocaram suas garrafas por tíquetes para o empate em 0 a 0 contra o ABC desta sexta-feira (30) -outros 2.000 torcedores adquiriram suas entradas da forma usual.
A renda da partida, no entanto, que poderia passar a de R$ 500 mil caso fosse pago por cada ingresso o valor médio praticado pelo clube (R$ 20), ficou em apenas R$ 143 mil -sendo R$ 125 mil provenientes dos ingressos trocados por garrafas.
Isso porque, para cada ingresso trocado, a federação paga R$ 5 para o clube.
"Institucionalmente o clube ganha com a divulgação de sua marca, ganha com o aumento de receita nos bares do estádio e, principalmente, com o apoio de sua torcida. Se subirmos para a Série B, o ganho será considerável, já que teremos cota de TV, o que não acontece na Série C", disse Gerson Engracia Garcia, presidente do Botafogo-SP.
"Se tivéssemos a certeza de que a torcida compareceria em grande número, a nossa arrecadação [cobrando ingresso] seria bem maior", ponderou Garcia.
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Garrafas são recolhidas em cooperativa em Ribeirão Preto, interior de São Paulo |
No ano passado, a equipe ribeirão-pretana também participou da ação e estabeleceu até então o que era o recorde do projeto ao trocar mais de 20 mil ingressos por garrafas PET no duelo entre Botafogo e São Caetano, pelas quartas de final da Série D.
O público total foi de 24.476 pessoas e a renda R$ 142.310, o que gerou uma receita líquida para o clube de pouco mais de R$ 50 mil.
Na decisão da competição, o ingresso foi cobrado e o público despencou, mas a receita foi maior. Com 9.652 pagantes, a arrecadação foi de R$ 166.610 para uma renda líquida de R$ 92 mil -R$ 42 mil a mais que com o projeto.
Neste ano, a média de público do clube na terceira divisão foi de 3.800 pessoas. O jogo contra o Guarani, que recebeu 6.998 pessoas, foi o recorde. O confronto das quartas será o primeiro do clube neste semestre com o projeto "Futebol Sustentável".
As mais de 80 mil garrafas arrecadas no jogo desta sexta foram encaminhadas para a Cooperativa Mãos Dadas, que coleta e vende material reciclável para outras empresas da região. De acordo com a cooperativa, em situação normal, seriam necessários dez meses para juntar essa quantidade de garrafas.
Se em Ribeirão, que tem cerca de 670 mil habitantes, a arrecadação com a promoção não se mostra tão lucrativa, em cidades menores do interior ela foi considerada indispensável pelas equipes.
Na Série A1 do Paulista, o Linense usou o projeto como trunfo para lotar o estádio.
Segundo o superintendente do time de Lins, Fausto Luis Momente, o torcedor se acomodou com o clube na elite e parou de ir aos jogos. Com o projeto, esse cenário mudou.
"Somos uma cidade de 70 mil habitantes, então nosso público diminuiu no estádio e o projeto fez com que a torcida voltasse. Já a renda praticamente empata", afirmou.
Em Mirassol, a iniciativa também é vista como um avanço para as equipes.
Em dois anos, 900 mil pessoas aderiram à campanha da federação em 248 jogos disputados. Foram recolhidas 2 milhões de garrafas PET para reciclagem.
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