De fronhas a tocha, empresas negociam artigos usados na Rio-2016
Jewel Samad/AFP | ||
Vanderlei Cordeiro de Lima ergue tocha em cerimônia de abertura da Olimpíada Rio-2016 |
Os Jogos Olímpicos do Rio se encerraram há quase dois meses, mas os fãs prematuramente saudosos podem recorrer a leilões de itens utilizados no megaevento para diminuir esse vazio.
O fetiche pelas relíquias da Rio-2016 não se restringe ao público apaixonado pelo esporte olímpico.
Menos afeito à emoção, outro grupo também vê oportunidade no pregão: o de consumidores e empresas que querem comprar algum produto usado no evento por valor bem abaixo do vendido no mercado.
Pululam pela internet páginas que leiloam itens que compuseram o cenário esportivo e estrutural do megaevento realizado no Brasil, com valores que vão de módicos a estratosféricos.
No portal do comitê organizador da Olimpíada, a tocha com que Vanderlei Cordeiro de Lima acendeu a pira olímpica no estádio do Maracanã, na cerimônia de abertura em 5 de agosto, foi arrematada por R$ 216 mil.
Até a sexta-feira (14), ainda era possível dar lances para comprar tochas usadas no revezamento (R$ 2.950), bolinhas de tênis usadas na decisão da medalha de bronze entre Kei Nishikori e Rafael Nadal (R$ 991) e uma bola autografada pelos campeões no vôlei de praia, Alison e Bruno Schmidt (R$ 615).
Além disso, também há a opção de "pular" o leilão e fazer compras diretas de itens, mas com preços significativamente mais salgados: tochas assinadas pela judoca Rafaela Silva e pela ginasta Jade Barbosa custam R$ 9.950. Uma bola de futebol autografada por Pelé, que não chegou a participar do evento, sai por R$ 1.495.
LADO B
O comitê delegou a venda de outros artigos, digamos, menos nobres, a empresas especializadas. Uma delas é a Sold, que venceu concorrência e há um ano e meio se preparava para leiloá-los.
Em seu site, são oferecidos produtos de cama, mesa e banho usados na Vila Olímpica dos Jogos e que serão revendidos aos fãs na internet.
Os lances já podem ser dados para a compra de fronhas, toalhas e edredons, em um total de 131 lotes cujos preços variam entre R$ 235 e R$ 1.678. O martelo será batido no próximo dia 26.
"Tínhamos experiência de ter trabalhado com desativação de produtos usados na Copa do Mundo de 2014. A ideia não é exatamente nova ou brasileira, todos os países que receberam o evento fazem", afirmou o dono da Sold, Henri Zylberstajn.
De acordo com o empresário, a "esmagadora maioria" do valor de venda vai para o comitê organizador. "Cobramos um percentual em cima da quantia arrematada. É como se eu fosse um corretor de imóveis", comentou.
Zylberstajn espera que a maior parte da procura venha de revendedores, hotéis e pousadas. "Começamos a divulgar na semana passada, ainda estamos esquentando os motores. Considero a procura boa até agora", afirmou.
A empresa também vai leiloar outros tipos de artigos nas próximas semanas.
Os interessados podem visitar o depósito do Comitê Organizador Rio 2016, que fica em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde os produtos ficam estocados.
De acordo com os organizadores, alguns produtos remanescentes dos Jogos Olímpicos da Rio-2016 também serão doados.
A entidade não revela quanto espera arrecadar com os leilões, mas estipula o dia 31 de dezembro como data limite para a venda da maior parte dos produtos.
De R$ 350 milhões em itens que foram adquiridos para a competição, R$ 126 milhões já foram doados, segundo a assessoria de imprensa do comitê organizador carioca. Do restante, parte irá a leilão e outra vai para doação.
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