Quarto de Cuca no Palmeiras tem sofás para dormir e 'altar' para santa
Em um pequeno quarto ao lado do principal gramado do centro de treinamento do Palmeiras, durante a campanha do Brasileiro, dormia em um sofá verde-musgo o arquiteto da campanha vitoriosa.
Pela primeira vez, Cuca abriu as portas de seu recanto. E o espaço reflete as facetas mais conhecidas do treinador: o trabalho obsessivo e a devoção religiosa.
Logo ao lado da porta de entrada, afixada na parede, há uma lousa que esmiúça a campanha do Palmeiras jogo a jogo. Em marcadores verdes, cada um dos resultados e dados das partidas, como os cartões amarelos recebidos -o time terminou o Brasileiro sem expulsões.
Em um cavalete de madeira ao lado do sofá em que passava as noites de sono, Cuca discriminou diversas vezes os jogos que o Palmeiras precisava ganhar e os que podia perder. O número final não mudou desde o início.
"Eu sabia que com 74 pontos seríamos campeões. Hoje, com 74, teria dado certo. Trabalhamos em cima desse número. Fizemos 'banners' para motivar os jogadores: faltam nove vitórias. Isso cria comprometimento", diz.
Em prateleiras de vidro, diversas imagens de Nossa Senhora Aparecida, de quem é devoto. "Até tinha mais uma, mas dei para o Jailson", diz, lembrando do goleiro que foi herói da conquista.
De um vestiário escondido no fundo de seu quarto, ele sai com um terço na mão. É um presente para Gabriel, garoto de 15 anos que o visita naquele dia e que passará por transplante renal. O técnico promete que agora o colocará em suas orações.
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