Ouro na Rio-2016, queniana se diz surpresa com recorde na São Silvestre
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
A corredora Jemima Sumgong cruza a linha de chegada da 92ª São Silvestre, no sábado (31) |
Acostumada com maratonas de 42 km, a queniana Jemima Sumgong temia a corrida de São Silvestre. Nas ruas de São Paulo, porém, o que se viu foi uma corredora à vontade e com disposição.
Além de vencer a disputa com folga sobre as adversárias, ela bateu o recorde da prova e se surpreendeu.
Com o tempo de 48min35s, ela baixou em 13 segundos a marca da compatriota Priscah Jeptoo, que detinha o posto de melhor resultado desde 2011.
"Não pensei em quebrar o recorde. Vim forte para ganhar, e para mim foi uma surpresa quando vi que havia batido o recorde", disse Jemima em entrevista coletiva.
Aloisio Mauricio/Fotoarena/Folhapress | ||
Pódio de vencedoras da elite feminina da 92ª São Silvestre |
Apesar de ter chegado 20 segundos antes da segunda colocada Flomena Cheyech, a queniana garantiu que a prova não foi das mais fáceis, e que teve bastante dificuldade na subida da avenida Brigadeiro Luis Antônio, já na parte final da prova.
"Estava muito quente e difícil, mas eu consegui imprimir uma boa velocidade e estou muito satisfeita com a vitória. Quero agradecer ao apoio dos brasileiros, que foram muito acolhedores e me incentivaram o tempo inteiro", acrescentou.
Jemima encontou no Brasil seu lugar das glórias. Em 2016, a maratonista foi campeã nos Jogos Olímpicos do Rio e revelou seu amor pelo país.
"O Brasil está no meu coração. Vim aqui e ganhei os Jogos Olímpicos do Rio e agora venci aqui [em São Paulo]. Sempre será um prazer estar no Brasil", declarou.
92ª SÃO SILVESTRE
Miguel Schincariol/AFP | ||
Participantes da 92ª São Silvestre, corrida mais tradicional da cidade de São Paulo |
Em dia ensolarado, milhares foram às ruas da capital paulista na manhã de sábado (31) para disputar a prova de corrida mais tradicional da cidade. De acordo com a organização, o número de inscrições atingiu o teto permitido, de 30 mil participantes. Entre eles, estavam 118 atletas de elite.
Após Jemima Sumgong chegar em primeiro entre as mulheres, a prova masculina foi vencida pelo etíope Leul Aleme, que completou os 15 km do percurso em 44min53s. O melhor tempo entre os homens, porém, continua sendo o registrado por Paul Tergat em 1995 (43min12s).
A vitória dos africanos ampliou o jejum de brasileiros na São Silvestre. Tatiele de Carvalho foi a melhor atleta do país entre as mulheres, chegando na sétima posição. O Brasil não tem uma mulher no primeiro lugar do pódio desde 2006, quando Lucélia de Oliveira venceu a prova.
Na prova masculina, o mineiro Giovani dos Santos teve a melhor colocação entre brasileiro, com o quarto lugar. O último corredor brasileiro a vencer a prova foi Marilson dos Santos, em 2010.
RECALCULANDO ROTAS
A São Silvestre de 2016 teve alterações no percurso em relação à edição do ano anterior.
Ruas da Barra Funda (como Olga, Margarida e outras das proximidades do Memorial da América Latina) foram retiradas do trajeto.
Por outro lado, o centro histórico de São Paulo foi mais contemplado no percurso atual, em especial a região da praça da República.
Os participantes passaram perto da Biblioteca Mário de Andrade e da Câmara Municipal.
Como de costume, porém, a largada e a chegada se deram na av. Paulista. A primeira, em frente ao Masp. A segunda, na altura do prédio da Gazeta (número 900).
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Mapa São Silvestre |
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PÓDIO
Confira a classificação final da 92ª São Silvestre.
PROVA FEMININA
1ª - Jemima Jelagat Sumgong, do Quênia (48m35s)
2ª - Flomena Cheyech, do Quênia (49m 15s)
3ª - Eunice Cehbicii, do Bharem (50m 26s)
4ª - Ymer Wude, da Etiópia (51m 40s)
5ª - Ester Chesang Kakuri, do Quênia (51m 45s)
PROVA MASCULINA
1º - Leul Aleme, da Etiópia (44m53)
2º - Dawit Admasu, da Etiópia (44m55)
3º - Stephen Kosgei, do Quênia (45m)
4º - Giovani dos Santos, do Brasil (45m30)
5º - Willian Kibor, do Quênia (45m49)
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