Plano de Ceni cai quando São Paulo joga contra marcação adiantada
Robson Ventura/Folhapress | ||
Rogério Ceni durante jogo do São Paulo no Morumbi |
Ofensivo e com muita posse de bola, o São Paulo é um time sem medo de se lançar ao ataque. Fez 41 gols e sofreu 26 em 19 jogos nesta temporada.
A tática aplicada pelo novato treinador Rogério Ceni deu certo até o momento em que a equipe encontrou adversários com uma marcação alta que dificulta a saída de bola com passes rasteiros.
Foi assim contra o Cruzeiro, na última quinta-feira (13), pela Copa do Brasil, Palmeiras e Corinthians, pela fase de grupos do Paulista.
Nos três jogos, os são-paulinos tiveram mais posse de bola, mas não conseguiram o resultado positivo. O domínio resultou em poucos lances de perigo e impôs pouca pressão aos rivais.
De acordo com dados do "Footstats", a média de finalizações certas do São Paulo é de 6,6 por jogo. Contra os palmeirenses foram apenas duas na meta de Fernando Prass. Já diante de cruzeirenses e corintianos, foram cinco chutes certeiros.
O confronto contra o Palmeiras, em 11 de março, foi o que deixou mais clara a dificuldade que o São Paulo encontra quando joga contra rivais que marcam sob pressão.
Mesmo atuando fora de casa, o time de Ceni tentou ditar o ritmo. Através dos toques de bola dos defensores, buscava abrir brechas na zaga adversária.
Bem marcados, Luiz Araújo e Lucas Pratto ficavam escondidos atrás dos marcadores e, consequentemente, a bola não chegava até eles.
Ao perceber essa deficiência do rival, o técnico Eduardo Baptista adiantou os homens de frente e o São Paulo acusou o golpe. O primeiro dos três gols palmeirenses, inclusive, saiu de um roubada de bola de Egídio no campo de ataque e um chute preciso de Dudu que encobriu Denis.
"Pela primeira vez, desde que sou treinador, finalizamos menos que o adversário", lamentou Rogério após a derrota por 3 a 0.
Já contra Cruzeiro e Corinthians, Ceni encarou treinadores especialistas em sistemas defensivos: Mano Menezes e Fábio Carille.
O primeiro já foi criticado pelo estilo pragmático, no qual seus times costumam vencer pelo placar mínimo e sofrer poucos gols. O segundo foi auxiliar de Tite por cinco anos e responsável por treinar a zaga corintiana para o atual técnico da seleção.
Resultado: outra vez o São Paulo criou pouco, com uma posse de bola que não levou a lugar nenhum e se excedeu nos erros de passe.
Pressionado, o time abusou das ligações diretas e não conseguiu aproveitar seu ataque efetivo.
Após a derrota por 2 a 0 para o Cruzeiro, o time entra pressionado para o primeiro jogo da semifinal contra o Corinthians, no domingo (16).
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