Catalunha teria ganho pelo menos 4 medalhas se fosse um país na Rio-16
Jose Jordan/AFP PHOTO | ||
O zagueiro Pique, do Barcelona |
A independência da Catalunha representaria um abalo significativo para o esporte, sobretudo o espanhol.
A região, que busca autonomia em relação ao resto do país, tem uma tradição competitiva que se consolidou ao longo das últimas décadas.
E o status não se restringe ao futebol do Barcelona, um dos clubes mais vencedores e com mais sócios no mundo.
Se a Catalunha fosse um país na Olimpíada do Rio, teria conquistado individualmente quatro medalhas - um ouro e três bronze.
Tal quantidade lhe renderia o 50º lugar no quadro de medalhas, à frente de nações como Noruega e Irlanda.
A delegação seria liderada pela nadadora Mireia Belmonte Garcia, 26, que é natural da cidade de Badalona. Ela obteve um ouro (200 m borboleta) e um bronze (400 m medley) no Rio.
Outros competidores provenientes da região que subiram ao pódio nos Jogos foram Joel González, no taekwondo, e Saúl Craviotto, na canoagem individual.
O montante de medalhas ainda poderia aumentar se fossem computadas conquistas obtidas por equipe ou em duplas. Por exemplo, o parceiro de Rafael Nadal na medalha de ouro nas duplas masculinas no tênis foi o catalão Marc López.
Odd Andersen/AFP | ||
A nadadora Mireia Belmonte Garcia obteve um ouro (200 m borboleta) e um bronze (400 m medley) na Rio-2016 |
Na seleção masculina de basquete, que levou bronze, os três protagonistas são da região: Pau Gasol, Juan Carlos Navarro e Ricky Rubio.
A presença catalã na seleção feminina da modalidade, vice-campeã olímpica, era ainda maioria: cinco das 12 medalhistas.
Esportistas da Catalunha conquistaram 23% das 17 medalhas espanholas no Rio.
Existe um comitê olímpico da Catalunha em atividade, criado em 1913 e restaurado em 1989, que enviou uma carta ao COI (Comitê Olímpico Internacional) para pedir seu reconhecimento e poder ter delegação separada em futuros Jogos Olímpicos.
Porém, o COI só apreciaria um ingresso catalão em sua lista de comitês olímpicos nacionais uma vez que a independência seja ratificada e reconhecida diante da comunidade internacional.
FUTEBOL
Na equipe espanhola de futebol, já classificada para a Copa-18 também se vê a participação maciça de catalães.
O zagueiro Piqué, defensor contumaz da independência da região, foi campeão mundial em 2010 e ainda é um dos pilares da seleção.
Seus companheiros de Barça Sergio Busquets e Jordi Alba, da mesma forma, são selecionáveis que ajudaram na classificação para a Copa.
Sergi Roberto, Cesc Fàbregas e Marc Bartra são outros que em geral frequentam a lista de convocados.
As posições de Piqué costumam despertar polêmicas.
Não é incomum que ele receba vaias das arquibancadas quando atua pela seleção devido às manifestações pró-independência da Catalunha.
Ele chegou a dizer que poderia deixar a equipe espanhola antes da Copa.
"Se alguém pensa que sou um problema ou um aborrecimento, não tenho problema nenhum e posso deixar a seleção antes de 2018", afirmou ao jornal "El País".
A tentativa de independência da Catalunha tem provocado discussões e conflitos.
No início do mês, um plebiscito indicou que 90% dos catalães apoiam a separação.
No mesmo dia, ações policiais de repressão às manifestações feriram mais de 700 pessoas. O litígio, no entanto, está longe de um fim.
Na terça (10), o presidente da região, Carlos Puigdemont, declarou a independência da Catalunha, mas, em seguida frustrou seus aliados ao pedir que legisladores suspendam a proclamação para que haja um diálogo com Madri.
Editoria de arte/Folhapress | ||
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