Queda do Corinthians e melhora tática do Palmeiras reabre briga pelo título
Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians/Divulgação - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação | ||
Os técnicos Fabio Carille, do Corinthians, e Alberto Valentim, do Palmeiras, vivem momentos distintos |
No ano em que o clássico Corinthians e Palmeiras completa seu centenário, os rivais podem decidir o Campeonato Brasileiro. A oito rodadas do fim do torneio, a distância é de seis pontos entre eles. A mesma que separa o líder do Santos.
Dois fatores, porém, diferenciam o Palmeiras da equipe santista. Ele tem um confronto direto com o Corinthians e vem de uma arrancada no Brasileiro desde a troca de técnico, em outubro.
A ascensão coincide com a queda de desempenho do seu histórico rival, que será o adversário no dia 5 de novembro, em Itaquera. Antes, o Corinthians enfrenta a Ponte Preta, fora, no domingo (29).
Para manter a ponta, Fabio Carille procura por respostas sobre a queda de rendimento. Os treinos são os mesmos, o elenco não mudou, não há crise interna ou brigas de egos entre os jogadores. O esquema tático está igual.
Apesar disso, o time que fez a melhor campanha de primeiro turno da história do Campeonato Brasileiro em pontos corridos (iniciado em 2003) não tem nada a ver com a equipe que, nas últimas três rodadas, conquistou um ponto.
"Temos consciência dos problemas. Houve oscilação. Mas o Corinthians é líder de forma indiscutível", afirma o volante Gabriel, ex-Palmeiras.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Dos 20 gols sofridos pelo Corinthians no torneio, a metade nasceu de bolas aéreas. Como os dois que ocorreram contra o Botafogo, na derrota de segunda-feira (23).
"Isso decepciona. É algo que treinamos muito", reclama Fabio Carille.
Há também a queda de rendimento de peças fundamentais ao time. Jadson foi mais uma vez substituído diante do Botafogo. São sete partidas seguidas que o meia sai antes do final. Três vezes, no intervalo. Rodriguinho, outra peça criativa, que teve excelente primeiro turno, também teve queda de desempenho.
Um diferencial do Corinthians na construção da liderança era o desempenho dos laterais. Fagner e Guilherme Arana não mantiveram o mesmo nível no segundo turno. Diante do Bahia, na Fonte Nova, a derrota começou com falha de Fagner na saída de bola.
A queda de rendimento do Corinthians começa a pressionar um elenco que viveu a maior parte do Brasileiro com tranquilidade. Agora, convive com questionamentos e com a ameaça do rival.
Assim como o líder, o Palmeiras mudou nas últimas partidas. Para a sorte dos torcedores alviverdes, neste caso, para melhor.
Na quinta vez como interino do clube desde maio de 2014, Alberto Valentim soma três vitórias em três jogos.
Desde que assumiu neste ano, na expectativa de ser efetivado em 2018, o ex-auxiliar de Cuca viu a diferença na tabela cair oito pontos em relação ao líder.
O ritmo ascendente, que pressiona o Corinthians a duas rodadas do clássico entre eles, passa pela forma como o time está jogando.
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Valentim cobra um sistema defensivo mais compacto, herança da sua temporada como jogador na Itália e depois dirigente esportivo.
A ordem é para a linha de quatro defensores permanecer coesa. Mas não estática. Quase todo o time precisa participar da marcação que, muitas vezes, começa perto da área adversária.
A marcação mais individual, que Cuca gostava, e muitas vezes deixava o time mais espalhado em campo, não está sendo mais vista.
Para Valentim, o Palmeiras precisa tocar sempre a bola e ter o controle de jogo. Ações fundamentais para que a equipe se desgaste menos e que as chances de gol apareçam com mais frequência.
Nas três primeiras partidas com ele, o número de passes do time mais do que dobrou em relação à média registrada nos três jogos anteriores com Cuca. Com mais bola e toque, quer pressionar o rival ao título. Antes do clássico, enfrenta o Cruzeiro, na segunda (30).
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