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27/11/2002
-
21h04
da Folha Online
O juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri, decretou hoje a prisão temporária por 16 dias de Gustavo de Macedo Pereira Napolitano, 22, preso domingo (24), sob acusação de assassinar -sob efeito de cocaína- a avó e a empregada da família a facadas em São Paulo.
Napolitano está na carceragem do 8º Distrito Policial (Belém). Com a prisão temporária, ele deverá ser transferido.
A casa do rapaz, no Planalto Paulista, bairro de classe média alta da zona sul, amanheceu pichada ontem. Além de palavrões, foram escritas frases como: "Não adiante chorar. A cadeia é o seu lugar".
Vera Kuhn de Macedo Pereira, 73, e Cleide Ferreira da Silva, 20, foram assassinadas entre a madrugada e a manhã do dia 24.
Segundo a Polícia Civil, o acusado consumiu 26 papelotes de cocaína -o equivalente a 26 gramas-, na madrugada do crime. A quantidade de droga ingerida é considerada "exagerada". De acordo com a polícia, uma overdose pode ocorrer com oito gramas da droga.
Além de Napolitano, Adriano Campelo da Silva, 25, acusado de fornecer a cocaína também foi preso. O acusado disse à polícia que também mataria sua mãe se estivesse em casa.
Como foi
Entre a madrugada e a manhã de domingo (24), Napolitano esteve na favela da rua Mauro, Jabaquara, para trocar objetos e carros por papelotes de cocaína. Ele adquiriu, no total, cerca de 60 papelotes.
A última vez que esteve na favela tentou trocar um Vectra, mas o traficante não teria concordado. Segundo o delegado seccional Olavo Reino Francisco, o consumo exagerado de cocaína, que deixou Napolitano cambaleante, teria motivado o traficante a não concordar com a nova troca.
Segundo a Polícia Civil, Napolitano assassinou a avó com facadas na garganta e no peito, por volta da 1h30. Há suspeitas de que, antes, ela tenha surpreendido o neto consumindo cocaína.
Vera foi esfaqueada na cama. A polícia acredita que ela estivesse dormindo quando foi atacada. Uma espada com marcas de sangue foi encontrada ao lado da cama, mas a polícia afirma que apenas a faca foi utilizada no crime. Vera se locomovia apenas com ajuda de uma cadeira de rodas.
A empregada foi esfaqueada por volta das 7h, quando entrava para servir o café-da-manhã. Ela foi morta na cozinha e teve o corpo arrastado até um banheiro da casa.
Por volta das 10h, o rapaz falou por telefone com a mãe, que havia dormido fora. Não contou, no entanto, sobre o crime. Os corpos foram encontrados por ela, quando retornou para casa.
Ao ser detido, Napolitano tentou despistar a polícia. Disse que traficantes haviam cometido o crime por vingança.
"Ele disse que dois traficantes foram até sua casa e fizeram barbaridades com sua família. Disse que tinha levado um aparelho de som para trocar por três papelotes de cocaína na favela e que os traficantes foram até sua casa porque o som não funcionou", disse o delegado Luiz Antônio Pinheiro, do GOE (Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil).
Pinheiro afirma que o acusado "quase não conseguia ficar em pé". O rapaz sustentou a versão até a polícia argumentar alguns indícios contra ele.
Não havia sinais de arrombamento na casa e o cachorro da família estava preso -segundo depoimentos, somente Napolitano prendia o cachorro na casa. Além disso, seu pés estavam manchados com sangue e seu corpo apresentava arranhões, provavelmente em uma reação da empregada.
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LÍVIA MARRAda Folha Online
O juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri, decretou hoje a prisão temporária por 16 dias de Gustavo de Macedo Pereira Napolitano, 22, preso domingo (24), sob acusação de assassinar -sob efeito de cocaína- a avó e a empregada da família a facadas em São Paulo.
Napolitano está na carceragem do 8º Distrito Policial (Belém). Com a prisão temporária, ele deverá ser transferido.
A casa do rapaz, no Planalto Paulista, bairro de classe média alta da zona sul, amanheceu pichada ontem. Além de palavrões, foram escritas frases como: "Não adiante chorar. A cadeia é o seu lugar".
Vera Kuhn de Macedo Pereira, 73, e Cleide Ferreira da Silva, 20, foram assassinadas entre a madrugada e a manhã do dia 24.
Segundo a Polícia Civil, o acusado consumiu 26 papelotes de cocaína -o equivalente a 26 gramas-, na madrugada do crime. A quantidade de droga ingerida é considerada "exagerada". De acordo com a polícia, uma overdose pode ocorrer com oito gramas da droga.
Além de Napolitano, Adriano Campelo da Silva, 25, acusado de fornecer a cocaína também foi preso. O acusado disse à polícia que também mataria sua mãe se estivesse em casa.
Como foi
Entre a madrugada e a manhã de domingo (24), Napolitano esteve na favela da rua Mauro, Jabaquara, para trocar objetos e carros por papelotes de cocaína. Ele adquiriu, no total, cerca de 60 papelotes.
A última vez que esteve na favela tentou trocar um Vectra, mas o traficante não teria concordado. Segundo o delegado seccional Olavo Reino Francisco, o consumo exagerado de cocaína, que deixou Napolitano cambaleante, teria motivado o traficante a não concordar com a nova troca.
Segundo a Polícia Civil, Napolitano assassinou a avó com facadas na garganta e no peito, por volta da 1h30. Há suspeitas de que, antes, ela tenha surpreendido o neto consumindo cocaína.
Vera foi esfaqueada na cama. A polícia acredita que ela estivesse dormindo quando foi atacada. Uma espada com marcas de sangue foi encontrada ao lado da cama, mas a polícia afirma que apenas a faca foi utilizada no crime. Vera se locomovia apenas com ajuda de uma cadeira de rodas.
A empregada foi esfaqueada por volta das 7h, quando entrava para servir o café-da-manhã. Ela foi morta na cozinha e teve o corpo arrastado até um banheiro da casa.
Por volta das 10h, o rapaz falou por telefone com a mãe, que havia dormido fora. Não contou, no entanto, sobre o crime. Os corpos foram encontrados por ela, quando retornou para casa.
Ao ser detido, Napolitano tentou despistar a polícia. Disse que traficantes haviam cometido o crime por vingança.
"Ele disse que dois traficantes foram até sua casa e fizeram barbaridades com sua família. Disse que tinha levado um aparelho de som para trocar por três papelotes de cocaína na favela e que os traficantes foram até sua casa porque o som não funcionou", disse o delegado Luiz Antônio Pinheiro, do GOE (Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil).
Pinheiro afirma que o acusado "quase não conseguia ficar em pé". O rapaz sustentou a versão até a polícia argumentar alguns indícios contra ele.
Não havia sinais de arrombamento na casa e o cachorro da família estava preso -segundo depoimentos, somente Napolitano prendia o cachorro na casa. Além disso, seu pés estavam manchados com sangue e seu corpo apresentava arranhões, provavelmente em uma reação da empregada.
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