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 Dia 10.09.02

     

 


Pedagoga questiona americanização da cultura brasileira na escola

No último dia 7 de setembro o Brasil comemorou os seus 180 anos de independência. Embora a Independência do Brasil seja questionável, uma vez que o país ainda mantém uma relação de dependência financeira, administrativa, social e cultural com a metrópole contemporânea (Estados Unidos), é lamentável que uma data histórica brasileira tão importante tenha passado tão despercebida na imprensa e na sociedade em geral.

Quando se abriu a página de qualquer jornal ou revista da cidade de São Paulo durante a semana da Independência, o que mais se viu foram reportagens sobre o inesquecível 11 de setembro na cidade de Nova York. As emissoras de televisão chegaram a produzir séries com depoimentos de vítimas e historiadores a respeito do episódio histórico norte-americano.

É inacreditável como o nosso país continua vivendo financeiramente, administrativamente e, o mais triste, culturalmente de fatos históricos que não pertencem a nossa nação. Nem sequer foi lembrado pela imprensa que no mesmo dia 11 de setembro o Brasil também viu uma clara demonstração de 'guerra civil' na cidade de Campinas com a morte do prefeito da cidade (até hoje não esclarecida). Diga-se de passagem que pouco tempo depois da morte do prefeito de Campinas o prefeito de São Bernardo (São Paulo) também foi assassinado misteriosamente.

Se o povo norte-americano foi massacrado com um ato tão violento, milhares de brasileiros são massacrados diariamente em chacinas, assaltos e sequestros, entre outros.

A pergunta que não quer calar: por que o brasileiro privilegia um fato que nada tem haver com sua realidade em vez de refletir sobre a nossa história de "independência dependente"?

Nas escolas, os professores seguem em sua difícil tarefa de remar contra a correnteza, tentando fazer com que os alunos valorizem mais as reflexões críticas sobre a questão da "independência brasileira" ao invés de debater sobre quem está errado no conflito Busch versus Osama.

Construir o conhecimento é uma tarefa árdua não só pelas dificuldades do processo de conhecimento, mas também pela grande barreira ideológica que reveste nossa sociedade. A nação brasileira só poderá se desenvolver quando começar a cultuar a sua própria história, a sua própria cultura e os seus próprios valores, sem importar mais padrões de comportamento, moda e cultura norte-americana.

Professores, é hora da escola começar a denunciar e criticar também este tipo de situação, a escola é um forte instrumento de propagação do conhecimento, não só do conhecimento previamente estabelecido, mas também do conteúdo vivo, dinâmico e dialético.

Giselle Cristina Avelar
Pedagoga - Professora do Ensino Fundamental

 

 
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