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27/10/2003
São Paulo desperdiça 12 toneladas de alimentos por mês

Vanessa Sayuri Nakasato

Mais de três toneladas de alimentos em perfeitas condições de consumo são jogados no lixo, semanalmente, na capital paulista. Os dados, estimados pela Secretaria Municipal de Abastecimento, mostram que essa quantidade seria suficiente para proporcionar três refeições diárias a 3.125 pessoas durante sete dias.

Para alterar esse quadro, a Prefeitura de São Paulo criou, no início de 2002, o programa Desperdício Zero. O objetivo é arrecadar doações de alimentos com qualidade nutritiva e sanitária que, por algum motivo, não puderam ser comercializados. O Desperdício Zero está inserido no Banco de Alimentos, um programa da Secretaria Municipal de Abastecimento que angaria alimentos para distribuí-los à entidades carentes.

Segundo o coordenador do Banco de Alimentos, Emiliano Milanez, o desperdício é visível e absurdo. Ele usa como exemplo a quantidade de frutas, verduras e legumes jogados fora pelo Mercado Municipal. “Durante o mês de julho, recolhemos tudo o que iria para o lixo: 870,8 quilos de alimentos. Nossas nutricionistas e técnicas em alimentação fizeram uma triagem e só não aproveitaram 23,3 quilos”, disse.

O coordenador conta que, este ano, estão sendo arrecadados, em média, 37 toneladas de alimentos por mês. Praticamente o dobro de 2002. Mesmo assim, ele afirma que essa quantidade não é o bastante para abastecer todas as entidades cadastradas no programa.

“A comida aumentou, mas o número de entidades também”, ressaltou Milanez. Conforme ele, até fevereiro deste ano havia 72 entidades cadastradas. Hoje, há 550 e mais 1.340 na fila de espera. “O pior é que, embora haja uma média, as doações oscilam muito. Em julho, por exemplo, recebemos 68.457 toneladas de alimentos. No mês seguinte, as doações caíram pela metade”, lamentou.

Todas as entidades que recebem o kit de alimentos passam por uma avaliação. O Desperdício Zero analisa desde a documentação até o trabalho desenvolvido pelos locais. Milanez explica que o intuito é verificar a seriedade da instituição para ter a certeza de que a comida não ficará ‘jogada em um canto qualquer’. “Por incrível que pareça, há desperdício dentro das próprias entidades”, relatou.

As entidades cadastradas passam, obrigatoriamente, por um curso para aprender a utilizar todo o alimento recebido. Dentre as aulas, são ensinados questões básicas sobre nutrição e higiene alimentar.

O programa tem beneficiado 307 mil pessoas, atualmente. No entanto, há 580 mil domicílios com pais de família desempregados em São Paulo e 440 mil pessoas consideradas super pobres, ou seja, que não têm, ao menos, uma refeição para comer.

A meta do Desperdício Zero é atingir todos esses cidadãos e poder fornecê-los três refeições diárias. Para isso, serão necessários arrecadar 330 toneladas por dia, ou 9.900 toneladas de alimentos por mês.

Os programas do Banco de Alimentos contam com o apoio de algumas organizações não-governamentais, como Tem Yad, Prato Cheio e Israelita Beneficente.

 
 
 

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