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12/01/2004
-
06h54
enviada especial à Espanha
Gruas, guindastes, tapumes e betoneiras. Essa é a comissão de frente que recebe o turista em Madri. A cidade está em obras.
Disposta a vencer a contenda pelos Jogos Olímpicos de 2012, Madri enfrenta, apostando em uma repaginação, adversários de peso como Nova York (EUA), Paris (França) e Londres (Inglaterra), além de azarões como Havana (Cuba), Leipzig (Alemanha), Moscou (Rússia), Istambul (Turquia) e o nosso Rio de Janeiro.
O exemplo a ser seguido é o de Barcelona, que entrou de sola no mapa do turismo mundial depois de abrigar a Olimpíada de 1992.
Não-cidadão
A vitória dessa disputa pode gerar um outro benefício, menos palpável. É que um estudo ainda não publicado revelou que falta ao madrileno um motivo que o leve a pensar a cidade como algo coletivo. A pesquisa constatou que o primeiro item a levar um madrileno a identificar no outro um concidadão é o Real Madrid, seguido, a certa distância, pelos museus da cidade.
Esse estudo foi citado na revista espanhola "Arquitetura Viva" por Ricardo Aroca (arquiteto, ex-presidente do Clube de Debates Urbanos e decano do Colégio Oficial de Arquitetos de Madri) no artigo "Abrir Madri ao Mar", no qual questiona até que ponto abrigar a Olimpíada poderia alterar esse panorama, reunindo os madrilenos em torno de algo comum.
Quase tanto faz
Mesmo que Madri não vença a disputa, o visitante sai ganhando.
Os três principais museus da cidade, o Prado, o Reina Sofía e o Thyssen-Bornemisza, passam por ampliações. O aeroporto de Barajas dobra sua capacidade com uma grande reforma. A catedral Almudena está recheada de andaimes, preparando-se para receber o casamento do príncipe Felipe e, de lambuja, os visitantes que passarem lá depois da festa. Até o pequeno museu Romântico está em obras.
A metrópole também está de olho em outro título: o de capital do sul da Europa, o qual espera obter em quatro anos no máximo.
Para tanto, busca ser a porta de entrada dos ibero-americanos que chegam à Europa, ampliar suas conexões de trem a outras cidades, como as que já existem ligando-a a Barcelona e Sevilha, e abrigar eventos internacionais.
Um deles é a Fitur, Feira Internacional de Turismo (www.fitur.ifema.es), uma das maiores do setor no mundo, que em 2003 recebeu 94.800 visitantes e neste ano acontece de 28 de janeiro a 1º de fevereiro.
Quem desembarca na cidade pode sentir no ar todas essas ambições e aproveitar os seus frutos. Perceber que Madri se renova não é nada difícil. Andaimes e tapumes cobrem fachadas de casas e de prédios, além de interditar faixas de avenidas. Mas eles não a escondem. A cidade sobrepuja a temporária bagunça e se apresenta em grande estilo a quem busca sabores cosmopolitas.
Agradável ao paladar, uma refeição revela o mais simpático dos hábitos locais: o que estabelece a extinção da palavra pressa no dicionário gastronômico madrileno.
A jornalista Heloisa Lupinacci viajou à convite da Câmara de Comércio e Indústria de Madri.
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HELOISA LUPINACCIenviada especial à Espanha
Gruas, guindastes, tapumes e betoneiras. Essa é a comissão de frente que recebe o turista em Madri. A cidade está em obras.
Disposta a vencer a contenda pelos Jogos Olímpicos de 2012, Madri enfrenta, apostando em uma repaginação, adversários de peso como Nova York (EUA), Paris (França) e Londres (Inglaterra), além de azarões como Havana (Cuba), Leipzig (Alemanha), Moscou (Rússia), Istambul (Turquia) e o nosso Rio de Janeiro.
Reprodução |
A reforma do estádio La Peineta calca a candidatura de Madri para a sede da Olimpíada de 2012; assentos serão criados, e o acesso, reorganizado, com construção de duas megarrampas |
O exemplo a ser seguido é o de Barcelona, que entrou de sola no mapa do turismo mundial depois de abrigar a Olimpíada de 1992.
Não-cidadão
A vitória dessa disputa pode gerar um outro benefício, menos palpável. É que um estudo ainda não publicado revelou que falta ao madrileno um motivo que o leve a pensar a cidade como algo coletivo. A pesquisa constatou que o primeiro item a levar um madrileno a identificar no outro um concidadão é o Real Madrid, seguido, a certa distância, pelos museus da cidade.
Esse estudo foi citado na revista espanhola "Arquitetura Viva" por Ricardo Aroca (arquiteto, ex-presidente do Clube de Debates Urbanos e decano do Colégio Oficial de Arquitetos de Madri) no artigo "Abrir Madri ao Mar", no qual questiona até que ponto abrigar a Olimpíada poderia alterar esse panorama, reunindo os madrilenos em torno de algo comum.
Quase tanto faz
Mesmo que Madri não vença a disputa, o visitante sai ganhando.
Os três principais museus da cidade, o Prado, o Reina Sofía e o Thyssen-Bornemisza, passam por ampliações. O aeroporto de Barajas dobra sua capacidade com uma grande reforma. A catedral Almudena está recheada de andaimes, preparando-se para receber o casamento do príncipe Felipe e, de lambuja, os visitantes que passarem lá depois da festa. Até o pequeno museu Romântico está em obras.
A metrópole também está de olho em outro título: o de capital do sul da Europa, o qual espera obter em quatro anos no máximo.
Para tanto, busca ser a porta de entrada dos ibero-americanos que chegam à Europa, ampliar suas conexões de trem a outras cidades, como as que já existem ligando-a a Barcelona e Sevilha, e abrigar eventos internacionais.
Um deles é a Fitur, Feira Internacional de Turismo (www.fitur.ifema.es), uma das maiores do setor no mundo, que em 2003 recebeu 94.800 visitantes e neste ano acontece de 28 de janeiro a 1º de fevereiro.
Quem desembarca na cidade pode sentir no ar todas essas ambições e aproveitar os seus frutos. Perceber que Madri se renova não é nada difícil. Andaimes e tapumes cobrem fachadas de casas e de prédios, além de interditar faixas de avenidas. Mas eles não a escondem. A cidade sobrepuja a temporária bagunça e se apresenta em grande estilo a quem busca sabores cosmopolitas.
Agradável ao paladar, uma refeição revela o mais simpático dos hábitos locais: o que estabelece a extinção da palavra pressa no dicionário gastronômico madrileno.
A jornalista Heloisa Lupinacci viajou à convite da Câmara de Comércio e Indústria de Madri.
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