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12/01/2004
-
07h09
Em alguns minutos de caminhada é possível passar pelos três principais museus de Madri. Separados por poucas quadras, o museu do Prado, o Thyssen-Bornemisza e o Reina Sofía contam, em suas paredes, longos capítulos da história da arte.
Este ano é um marco na história de cada um dos três museus. Estima-se que até dezembro sejam concluídas as ampliações dos prédios de cada um deles. Ao fim das obras, que transformaram a região num grande canteiro salpicado de gruas, a dinâmica do circuito dos museus mudará. O pedestre terá facilidade em transitar entre um museu e outro.
A remodelação das quadras que formam o Passeio da Arte foi inspirada em locais como a Ilha dos Museus da Berlim pós-reunificação; o bairro South Kensington de Londres, que concentra os museus Victoria & Albert, de Ciências e de História Natural; e o National Mall de Washington, misto de avenida e parque que reúne a Galeria Nacional de Arte e diversos museus pertencentes ao Instituto Smithsonian. Assim como essas capitais, Madri busca criar um espaço que integre suas casas de exposições.
O governo espanhol já investiu mais de 147 milhões nas obras. No total, serão criados 52.000 m2 novinhos em folha. O Prado dobra de tamanho. Aos atuais 28.000 m2 serão somados 29.400 m2, totalizando 58.000 m2.
O Reina Sofía ganhará 26.892 m2 a mais do que os seus atuais 51.717 m2. E o Thyssen-Bornemisza ganha, além de 250 novas obras, 8.421 m2 a mais.
A cargo do arquiteto espanhol Rafael Moneo, vencedor do prêmio Pritzker de 1995, a reforma do Prado é uma das maiores mudanças já sofridas pelo museu em seus 200 anos de história. O prédio, que serviu até de quartel para o Exército de Napoleão, começou a ser erguido no século 18 seguindo o projeto do arquiteto Juan de Villanueva. Quando a Espanha estava sob o comando do rei Fernando 7º, foram levadas para lá partes das coleções reais de arte, e o museu começou a funcionar.
Desde então, o edifício teve seu conceito original um pouco mudado. Villanueva concebeu o prédio para que ele abrigasse a coleção de arte real. E ponto. Mas, com o tempo, a casa ganhou recepção, biblioteca e salas.
Agora, depois de três ampliações, a primeira em 1918 e a última nos anos 60, o edifício principal do museu voltará a ser usado como foi concebido originalmente. As novas áreas serão destinadas a abrigar exposições temporárias, um auditório, estúdios de conservação de obras, um café, restaurante e oficinas.
Mas a reforma, mesmo devolvendo o edifício à sua concepção primeira, gera certa polêmica. Uma polêmica de vizinhança.
Ao lado do Prado fica a igreja San Jerónimo el Real, também chamada de Los Jerónimos. Erguida em 1464, ela foi desmontada e reerguida em 1503 em seu atual lugar, ao lado do Prado. A reforma projetada por Moneo se apropria do claustro dessa igreja.
Em ruínas, o claustro ocupava a lateral do prédio principal. Foi desmontado e será restaurado e englobado pela reforma.
Há quem ache que a obra salvará o claustro da destruição. Há quem ache que foi invasiva. Há quem ache que, apenas depois de tudo pronto, será possível avaliar o resultado.
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da enviada especial a MadriEm alguns minutos de caminhada é possível passar pelos três principais museus de Madri. Separados por poucas quadras, o museu do Prado, o Thyssen-Bornemisza e o Reina Sofía contam, em suas paredes, longos capítulos da história da arte.
Este ano é um marco na história de cada um dos três museus. Estima-se que até dezembro sejam concluídas as ampliações dos prédios de cada um deles. Ao fim das obras, que transformaram a região num grande canteiro salpicado de gruas, a dinâmica do circuito dos museus mudará. O pedestre terá facilidade em transitar entre um museu e outro.
A remodelação das quadras que formam o Passeio da Arte foi inspirada em locais como a Ilha dos Museus da Berlim pós-reunificação; o bairro South Kensington de Londres, que concentra os museus Victoria & Albert, de Ciências e de História Natural; e o National Mall de Washington, misto de avenida e parque que reúne a Galeria Nacional de Arte e diversos museus pertencentes ao Instituto Smithsonian. Assim como essas capitais, Madri busca criar um espaço que integre suas casas de exposições.
O governo espanhol já investiu mais de 147 milhões nas obras. No total, serão criados 52.000 m2 novinhos em folha. O Prado dobra de tamanho. Aos atuais 28.000 m2 serão somados 29.400 m2, totalizando 58.000 m2.
O Reina Sofía ganhará 26.892 m2 a mais do que os seus atuais 51.717 m2. E o Thyssen-Bornemisza ganha, além de 250 novas obras, 8.421 m2 a mais.
A cargo do arquiteto espanhol Rafael Moneo, vencedor do prêmio Pritzker de 1995, a reforma do Prado é uma das maiores mudanças já sofridas pelo museu em seus 200 anos de história. O prédio, que serviu até de quartel para o Exército de Napoleão, começou a ser erguido no século 18 seguindo o projeto do arquiteto Juan de Villanueva. Quando a Espanha estava sob o comando do rei Fernando 7º, foram levadas para lá partes das coleções reais de arte, e o museu começou a funcionar.
Desde então, o edifício teve seu conceito original um pouco mudado. Villanueva concebeu o prédio para que ele abrigasse a coleção de arte real. E ponto. Mas, com o tempo, a casa ganhou recepção, biblioteca e salas.
Agora, depois de três ampliações, a primeira em 1918 e a última nos anos 60, o edifício principal do museu voltará a ser usado como foi concebido originalmente. As novas áreas serão destinadas a abrigar exposições temporárias, um auditório, estúdios de conservação de obras, um café, restaurante e oficinas.
Mas a reforma, mesmo devolvendo o edifício à sua concepção primeira, gera certa polêmica. Uma polêmica de vizinhança.
Ao lado do Prado fica a igreja San Jerónimo el Real, também chamada de Los Jerónimos. Erguida em 1464, ela foi desmontada e reerguida em 1503 em seu atual lugar, ao lado do Prado. A reforma projetada por Moneo se apropria do claustro dessa igreja.
Em ruínas, o claustro ocupava a lateral do prédio principal. Foi desmontado e será restaurado e englobado pela reforma.
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