Decifre as palavras difíceis do hino nacional para cantar direito no Sete de Setembro
Jean Galvão/Divulgação |
Ilustração de Sete de Setembro |
A letra do hino nacional tem 101 anos; a melodia, 188. Escrito em 1909 por Joaquim Osório Duque Estrada, o texto apresenta um vocabulário rebuscado, difícil. E as frases nem sempre são escritas na ordem direta. Logo de cara ("Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado..."), nota-se uma forte inversão da ordem natural das palavras.
Quer ver como fica o começo do hino se "desentortarmos" a frase? Vamos lá: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico. Melhorou um pouco, não? Na verdade, falta a segunda parte, que é o vocabulário: "plácidas" quer dizer "calmas"; "brado retumbante" significa "grito forte, que provoca eco, que ecoa". Pronto! Agora está claro, não?
Bem, que tal traduzirmos algumas das palavras difíceis do texto? Vamos lá: "raios fúlgidos" são raios que brilham; "penhor" significa "garantia"; "em teu seio" (opa! nada de achar que se fala de...) significa "em teu interior"; "impávido colosso" significa "colosso/gigante destemido, que não se abala"; "fulguras, ó Brasil, florão da América" significa "brilhas, ó Brasil, como a grande flor da América".
Bem, agora vamos combinar um pouco de vocabulário com a reordenação das palavras. Os versos "Brasil, de amor eterno seja símbolo / O lábaro que ostentas estrelado, / E diga o verde-louro dessa flâmula / Paz no futuro e glória no passado" ficam assim: "Brasil, que a bandeira estrelada que conduzes seja símbolo de amor eterno e que o verde e o amarelo dessa bandeira digam 'Paz no futuro e glória no passado'". Como você acabou de ver, "lábaro" e "flâmula" são sinônimos de "bandeira".
Por fim, a "clava forte" ("Mas, se ergues da justiça a clava forte..."). A clava é um pau grosso, usado como arma. Aqui simboliza a força da justiça.
Confira abaixo a letra completa do hino brasileiro.
Jean Galvão/Divulgação |
Ilustração de Sete de Setembro |
Parte I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Parte II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida no teu seio mais amores.
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade