Ex-editora estreou na 'Folhinha' aos 12 anos
Se algum bicho fez história nas páginas da "Folhinha", esse foi a girafa. Matéria de capa em 1963, na primeira edição do caderno (leia a íntegra do texto aqui ), a girafa voltou a aparecer diversas vezes.
Uma delas foi na capa de 13 de maio de 2006, a estreia da jornalista Patrícia Trudes da Veiga como editora da "Folhinha".
Essa não era a primeira vez que Patrícia escrevia no caderno. Anos antes, em 1982, ela já havia publicado um conto na seção "A Página do Leitor". Adivinhe sobre o quê? Sobre uma girafa!
Leia abaixo o depoimento de Patrícia, que editou a "Folhinha" de 2006 a 2011. Para ver também publicada sua história sobre a "Folhinha", basta mandar um e-mail para folhinha@uol.com.br.
*
Assim como a "Folhinha", eu também faço 50 anos neste ano. E, como toda filha de jornalista, foi pelas suas páginas que aprendi a ler (e gostar) de jornal.
Já grandinha e estudando Jornalismo, em 1982, publiquei na "Folhinha" um conto que escrevi aos 12 anos, sobre uma girafa que comia estrelas.
Dois anos depois, iniciava minha carreira na Folha, onde estou até hoje. Mas foi em 2006, já mãe de Renata, 7, que assumi a edição da "Folhinha".
E não é que a primeira capa, "Tal mãe, tal bicho", no Dia das Mães, foi com uma girafa lambendo sua cria?
E, de lá até o final de 2011, sempre ao lado de Gabriela Romeu, colocamos a criançada para, literalmente, fazer jornal.
Começamos timidamente, em 2006, com "Faça Você Mesmo a Folhinha". Foram 1.694 redações e desenhos. E já deu um trabalhão escolher só 13.
Mas a gente se empolgou e lançou mais um concurso. E vieram 6.937 trabalhos, que contavam os segredinhos das crianças, sonhos, medos.
A frase, de Vitória Santos, 8, foi para a capa. "Ser criança é ter de ficar de castigo e não poder colocar os pais de castigo".
Em 2007, só se falava em aquecimento global. E convocamos nossos minirrepórteres para trazerem à tona suas dúvidas, que foram respondidas por cientistas craque no assunto. "Esquentar a cuca para salvar o Planeta" teve 962 perguntas!
Chegou 2008 e arriscamos uma futurologia: "Como será a vida das pessoas em 3008?" E não é que 4.073 crianças embarcaram de cabeça na nossa brincadeira!
Lembro até hoje do Planeta Inverão, criação de Bettina Thomaz, 10, "onde uma parte do ano é inverno e, na outra, é verão", e da calça inventada por Sofia Prodanov, 10, que, "quando a gente solta aquele pum sem querer, transforma o cheiro ruim em cheiro bom".
E, no meio de muitas outras interações com os pequenos leitores, como testes de brinquedos, trocas de leitura nas escolas, oficinas na Flipinha, blog e site, surgiu um projeto ousado: resgatar, Brasil afora, as brincadeiras infantis e ver semelhanças e diferenças.
Foram duas versões do site Mapa do Brincar, hoje um dos maiores levantamentos sobre a infância brasileira, com 750 brincadeiras de todas as regiões do país descritas pelas próprias crianças.
Uma cocriação, quando essa palavra ainda nem estava na moda, que começou em outubro de 2009 e se estendeu até novembro de 2011, quando deixei a "Folhinha" para me dedicar exclusivamente ao "Empreendedor Social". Mas isso é outra história!
Reprodução | ||
Capa da Folhinha de 13/5/06 |
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade