Análise
Apostar em filmes infantis é um jeito esperto de investir no futuro
Para notar a importância dos filmes de animação, basta conferir a lista das maiores bilheterias de cada ano em todo o mundo. Em 2016, "Zootopia" já está em segundo lugar e "Kung Fu Panda 3", em terceiro.
No ano passado, havia também duas animações entre os "10 mais": "Divertida Mente" e "Minions". Em 2014, mais dois: "Uma Aventura Lego" e "Operação Big Hero".
Faz muito tempo que animações –feitas nas mais variadas técnicas– deixaram de ser consideradas apenas "filmes para crianças". Adultos também gostam de vê-los, no cinema ou em casa.
A falta de tradição do Brasil nessa área leva o público de animação a assistir quase que exclusivamente a filmes estrangeiros. Boa parte do dinheiro que deixamos na bilheteria vai, portanto, para o exterior.
Quando vemos um filme dos estúdios Disney, Universal ou Fox, ajudamos a criar empregos nos EUA e em outros países. Se o Brasil tivesse mais filmes de animação, parte desses empregos seria criada aqui.
Essa é a justificativa econômica para que todo país tenha um cinema forte e numeroso. Vale para todos os tipos de filmes e para outras coisas que passam na TV, como novelas e seriados.
Mas a animação é um setor estratégico também por uma razão cultural. Cada filme brasileiro apresenta às crianças um pouco do país –da nossa literatura, da nossa música, dos nossos principais temas sociais.
Além disso, as animações ajudam a formar espectadores. Crianças habituadas por suas famílias a ir ao cinema tendem a manter esse hábito na juventude e na vida adulta, quando levarão seus próprios filhos ao cinema.
Por esse motivo, diversos países estimulam a produção não só de animações, mas também de outros tipos de filmes para crianças e adolescentes. É uma forma bem esperta de investir no futuro.
E tem uma coisa que todo mundo já deveria estar careca de saber: país que não conhece bem o seu passado e não cuida direito do seu presente costuma ter dificuldades para melhorar no futuro.
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