Ripongas do Fleet Foxes encerram segundo dia de festival nos EUA
No segundo dia de shows do Pitchfork Music Festival, evento promovido pelo site de mesmo nome no Union Park, em Chicago (EUA), 17 bandas se apresentaram em três espaços.
Mas nenhuma delas causou tanta comoção quanto o Fleet Foxes, que fez o encerramento ontem, no palco verde, o maior deles.
Goste ou não do estilo "acabamos de sair de Woodstock" do grupo, é inegável que são uma grande banda. Eles fazem folk e country com uma energia rock'n roll, utilizando instrumentos como violão, baixo acústico, piano e acordeão, entre outros.
O formato de cantar em coro, com todos os integrantes acompanhando o vocalista, Robin Pecknold, cria um efeito apoteótico para músicas como "White Winter Hymnal".
José Sena Goulão - 8.jul.11/Efe | ||
Robin Pecknold da banda Fleet Foxes no Optimus Alive Music Festival em Portugal, no último dia 8 |
REVIVAL
O folk e o country não foram os únicos estilos revisitados na festa. O rock, o pop e a eletrônica dos anos 80 e 90 apareceram como referência ou foram simplesmente recriados por uma porção de bandas sobre as quais poucos ouviram falar.
Dessas todas, Cold Cave fez a performance mais impressionante. Os três rapazes, jaqueta preta num calor de 40 graus, fazem um som violento, synth pop com bateria e teclados e influência de Joy Division. É como se Ian Curtis tivesse reencarnado loiro, menos depressivo e mais mal-humorado.
Já o Sun Airway vibra na mesma frequência do New Order, em músicas que mesclam o pop eletrônico ao rock festivo dos anos 2000.
Mas se para esses artistas voltar ao passado faz bem, o mesmo não ocorre com a badalada Zola Jesus. A cantora, um dos destaques do line-up, recorre aos sintetizadores e efeitos eletrônicos para criar um clima gótico, reforçado por sua voz à la Siouxsie (a clássica Siouxsie and The Banshes). Mas ela não tem a metade da personalidade da musa dark dos anos 80 e seu som só soa batido.
ELETRÔNICOS
Outra atração esperada do programa de sábado era a nova-iorquina Gang Gang Dance e, essa sim, não decepcionou, com uma apresentação dançante e alto astral.
A banda é basicamente instrumental, com algumas poucas intervenções vocais da russa Liz Bougatsos, que foi carregada nos braços pelo público. O som é eletrônica experimental, criada a partir de sintetizadores e teclados, e flertando com estilos como tecno, breakbeats e drum'n'bass.
Outro nome eletrônico, DJ Shadow, teve seu show audiovisual prejudicado pelo horário: às 19h25, o dia ainda estava claro e as imagens projetadas nos dois telões que "conversam" com sua discotecagem estavam imperceptíveis.
Fora isso, um dos mais importantes produtores de hip-hop se mantém em forma, recortando e colando samples em resultados que vão do breakbeat ao jazz, passando por rap com efeitos hipnóticos.
O Pitchfork Music Festival se encerra hoje com TV on the Radio, Superchunk, Cut Copy, Toro Y Moi e Deerhunter, entre outros.
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