Duração dos finalistas ao Oscar retrata tendência de filmes longos
O cinéfilo que deseja chegar à noite da cerimônia do Oscar com os principais filmes riscados do caderninho vai precisar de exercícios de alongamento, tempo livre e de poltronas confortáveis.
Análise: Filmes longos são respostas a séries e preço alto da diversão
Das nove produções indicadas na categoria de melhor filme, apenas uma delas ("Indomável Sonhadora") está abaixo das duas horas de duração --teto da maioria dos longas comerciais.
Quatro delas estão acima das 2h30, sendo "Django Livre", que estreia nesta sexta-feira (18), com 2h45, o campeão em extensão e o filme mais longo do diretor Quentin Tarantino.
Editoria de Arte/Folhapress |
"Amor", de Michael Haneke, outro indicado que estreia nesta sexta, tem 2h07.
Este será o "segundo Oscar mais longo da história": a duração somada dos nove indicados só perde para a dos 12 filmes concorrentes em 1935 (veja quadro ao lado).
As próximas semanas tornarão a maratona mais prolongada. "Lincoln", de Steven Spielberg, estreia na sexta com suas 2h30, enquanto "Os Miseráveis", de Tom Hooper, desafiará o espectador com um musical de 2h37 --mesma duração de "A Hora Mais Escura", de Kathryn Bigelow.
"Não existem filmes longos ou curtos. Cabe ao distribuidor avaliar o potencial do filme, dimensionar seus investimentos", acredita Laércio Bongar, diretor comercial da Imagem, distribuidora de "A Hora Mais Escura" no Brasil.
A opinião é dividida pela Fox, de "Lincoln". "Se o filme tem apelo para o espectador, as sessões estarão cheias e ficarão mais tempo em cartaz", declarou a distribuidora por meio de sua assessoria.
É o que está acontecendo com algumas superproduções. "Os Vingadores", maior bilheteria de 2012, tem 2h23. Entre os dez filmes mais vistos nesta semana, há "O Hobbit", com 2h49, e "A Viagem", com 2h52.
Enquanto "O Hobbit" rendeu R$ 35 milhões no Brasil, "A Viagem" foi a melhor estreia do fim de semana passado, com 260 mil pessoas --batendo o novo filme de Tom Cruise, "Jack Reacher", que tem 20 minutos a menos.
"Três sessões com salas cheias valem mais que cinco sessões vazias", diz Bongar.
Do lado dos exibidores, surge a dificuldade na composição da grade, já que filmes mais longos significam menos sessões. "Mas a qualidade é o que importa. Quando o público gosta, a duração não importa", afirma Pedro Pinheiro, programador do grupo Severiano Ribeiro.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade