Corpo do ator Walmor Chagas é cremado no interior de São Paulo
Após uma cerimônia íntima para parentes e amigos próximos, o corpo do ator Walmor Chagas, morto na última sexta-feira (18), começou a ser cremado às 17h em São José dos Campos, no Cemitério e Crematório Parque das Flores, neste sábado (19).
Antes do processo de cremação, que está previsto para durar cerca de duas horas, a família do ator fez uma cerimônia de exéquias.
A Polícia Civil confirmou que a causa da morte foi um disparo contra a cabeça. A primeira hipótese de investigação é que Walmor tenha cometido suicídio.
O major Hélcio da Silva Vieira, comandante interino do 23º Batalhão da PM em Lorena (que cobre a área de Guarantinguetá), informou que a PM foi acionada pelo 190 por volta das 17h. Cinco viaturas das polícia militar, civil e científica, além do Samu e dos Bombeiros, foram deslocadas para o sítio para atender a ocorrência.
De acordo com Antônio Luiz Marcelino, delegado-assistente seccional de Guaratinguetá (Polícia Civil), que atendeu a ocorrência, o corpo de Walmor foi encontrado sentado em uma cadeira, que estava reclinada, apoiada em uma parede, em um cômodo semelhante a um quarto de descanso, com livros, televisão e aparelho de DVD. Ele tinha um revólver calibre 38 no colo e estava com as duas mãos sobre ele.
Carreira
Nascido em Alegrete, interior do Rio Grande do Sul, Walmor Chagas estreou com uma pequena participação num episódio do "Grande Teatro Tupi", da TV Tupi, em 1953. No cinema, estreou em 1965, em "São Paulo S.A.", de Luís Sérgio Person. Um de seus últimos papéis foi vivido no filme "Cara ou Coroa" (2012), de Ugo Giorgetti. Em 2008, foi premiado pelo conjunto de sua obra cinematográfica no Festival de Gramado.
Na TV, participou de novelas como "A Favorita" (2008), "Pé na Jaca" (2006), "Esperança" (2002), "Selva de Pedra" (1986) e "Vereda Tropical" (1984), na Globo, e "Caminhos do Coração" (2007), na Record.
Walmor Chagas foi uma das estrelas do TBC, o Teatro Brasileiro de Comédia --uma das referências de arte dramática no país nos anos 50 e 60--, ao lado de Cacilda Becker (1921-1969), com quem se casou e teve uma filha, a cantora Maria Clara Becker, adotada pelo casal em 1964. Em março deste ano, o ator seria homenageado pelos 64 anos de teatro na cerimônia do Prêmio Shell, no Rio.
Em 2011, em entrevista à série "Grandes Atores", da GloboNews, falou sobre as poucas aparições nos últimos anos e disse que passou a se sentir deslocado no circuito das artes. "É como um atleta: tem um período de auge, depois começa a decair." Disse, ainda, que um ator tem de saber a hora de sair de cena.
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