Hot Chip retorna ao Brasil para se divertir novamente
Em "In Our Heads", quinto álbum da banda inglesa de indie eletrônico Hot Chip, um dos versos diz "we take fun seriously" ("nós levamos a diversão a sério"). Isso pode ser encarado como uma declaração de intenções?
"Sim, sem dúvida", responde à Folha por telefone o vocalista Alexis Taylor. "São tantos rótulos dados para a banda, nem sei todos, mas definitivamente queremos fazer uma coisa alegre."
Foi o que o Hot Chip apresentou na segunda vinda ao Brasil, em 2010, no festival Planeta Terra. Eles também passaram pelo país em 2007, no TIM Festival (realizado em São Paulo, Curitiba e Rio). Agora, voltam no mês que vem para tocar no Lollapalooza e mais dois shows fora do evento.
Divulgação | ||
A partir da esquerda, Owen Clarke, Al Doyle, Joe Goddard, Alexis Taylor e Felix Martin, integrantes da banda Hot Chip |
"O que eu me lembro do show no Brasil é o clima de festa. Era um palco grande, de festival, mas as pessoas se comportavam como se estivessem num clube, pulando, nem olhavam para nós."
No Lolla, a banda vai fechar o palco Alternativo no domingo, 31 de março, terceiro e último dia do festival. Antes se apresenta no Rio, no Circo Voador (dia 28), e em São Paulo, no novo espaço Grand Metrópole (dia 29).
"Festivais são bons para quem quer ver um monte de bandas, mas nos shows individuais podemos ousar mais. E, lógico, o melhor de tudo é tocar o tempo que a gente quiser --e o público
A VOLTA DO DISCMAN
Apesar de fazer som dançante como muitos colegas da chamada cena "indietronica", o Hot Chip traz, desde 2004, letras que fazem algum humor com temas inusitados. No último disco, um exemplo é "Motion Sickness".
É uma música que fala de discman, o toca-CD portátil surgido nos anos 1980 e hoje bem difícil de ser encontrado por aí. A letra: "tudo está girando aqui nos meus quadris, tudo no meu compact disc".
Não é estranho escrever esses versos se a grande maioria dos jovens fãs do Hot Chip nunca deve ter ouvido música nesse tipo de aparelho?
"Se todo mundo tem nostalgia do vinil, por que eu não posso ter saudade do CD? O som é melhor do que o do MP3 e acho o design do discman bonito, sedutor."
Em 2010, o grupo surpreendeu fãs brasileiros com o "bom comportamento" fora do palco, viajando com família e amigos. "Eu quero andar muito nas ruas do Brasil, mas meu foco são lojas de discos. Quero pesquisar essa música rica do país. Faço rock eletrônico, mas gosto de ouvir muitas coisas diferentes."
HOT CHIP NO LOLLAPALOOZA BRASIL
QUANDO dia 31/3, às 19h15
ONDE Jockey Club de São Paulo,(av. Lineu de Paula Machado, nº 1.263, Cidade Jardim)
QUANTO R$ 350 (ingresso por dia) e R$ 990 (para os três dias de festival, de 29 a 31/3). À venda em www.lollapaloozabr.com
CLASSIFICAÇÃO menores de 18 só entram com pais ou responsáveis
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade