Filme mudo "Blancanieves" é o grande vencedor do prêmio Goya
O filme mudo "Blancanieves" foi o grande vencedor neste domingo do prêmio Goya, o Oscar do cinema espanhol, em uma festa marcada pelo tom político.
Recriação do conto infantil "Branca de Neve", o filme de Pablo Berger, descrito como "um melodrama gótico rodado em preto e branco", levou dez estatuetas, entre eles a de melhor filme, roteiro e atriz, para Maribel Verdú.
Durante a cerimônia de entrega, Verdú aproveitou para falar sobre a crise econômica, e dedicou seu prêmio às pessoas que "perderam suas casas, suas ilusões e inclusive sua vida em um sistema quebrado, injusto e obsoleto".
Mais cedo, Candela Peña, vencedora do prêmio de melhor atriz coadjuvante por "Una Pistola en Cada Mano", disse durante seu discurso: "Peço-lhes trabalho. Tenho um filho para alimentar".
Peña disse que estava sem trabalhar há três anos. "Nestes três anos vi morrer meu pai em um hospital público onde não havia cobertores e tínhamos que levar água para ele."
"Juan de los Muertos", primeiro filme cubano de zumbis, dirigido por Alejandro Brugués, levou o prêmio de melhor filme ibero-americano, derrotando "7 Cajas" (Paraguai), "Después de Lucía" (México) e "Infancia Clandestina" (Argentina).
Brugués assinalou após receber o prêmio que com ele se abriu "uma porta para o cinema independente cubano que ninguém vai poder fechar".
O sucesso do filme se deve, segundo seu diretor, a que o público além dos zumbis soube entender todo o subtexto e a crítica social de "Juan de los Muertos".
Além disso, Brugués disse que o cinema independente de Cuba vai "por um caminho muito bonito" e, embora tenha antecipado que seu próximo filme não será sobre zumbis, brincou sobre a possibilidade de uma sequência.
O ator e vencedor do Oscar Javier Bardem subiu ao palco como produtor do documentário "Hijos de las Nubes", sobre o Saara, e não perdeu a oportunidade para falar sobre suas causas.
"No Saara não se pode cortar gastos em saúde porque não há hospitais, nem em educação nem fechar escolas porque não há colégios. Nem jogá-los na rua como aqui, porque ficaram sem esperanças há 35 anos. Não podemos deixar que nos aconteça isso aqui", expressou.
"O Impossível", de Juan Antonio Bayonne, venceu os prêmios de melhor direção, melhor edição, melhor som, melhor direção de produção e melhores efeitos especiais.
"Grupo 7" ficou com os prêmios de melhor ator revelação, para Joaquín Núñez, e de melhor ator coadjuvante, para Julián Villagrán.
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