'Bob Esponja não me deixou nem a cadeira', diz Fátima Bernardes
Passam só dois minutinhos de conversa antes de o celular de Fátima Bernardes, 50, tocar: "Oi, amor, tô aqui dando aquela entrevista para a Folha. A gente se fala antes da viagem, tá?", diz ela ao telefone. "Era o William [Bonner, marido de Fátima], ele está indo para Brasília para a Copa das Confederações".
Há um ano, o telefonema provavelmente seria outro. A "musa da Copa" -título que ganhou dos jogadores na cobertura de mundiais para o "Jornal Nacional"- é que ligaria para o marido antes de seguir a seleção.
"Não tenho saudade do 'JN', mas acho que vou ter da Copa", diz ela.
Luciana Whitaker/Folhapress | ||
A apresentadora Fátima Bernardes no estúdio de seu programa na Globo |
No dia 25, Fátima completa um ano à frente do "Encontro com Fátima Bernardes", que estreou como grande aposta da Globo na programação matinal.
A atração consolidou a programação adulta nas manhãs da emissora, eliminando o que, até então, era a faixa horária dos desenhos.
"O Bob Esponja saiu e não me deixou nem a cadeira", diz ela a respeito de ter iniciado um programa de entretenimento a partir do zero.
Desde então, a trajetória do programa não tem sido um mar de rosas. Apesar de manter a liderança de audiência no horário, patinou no ibope e chegou a preocupar a Globo. Mudou de cenário, de diretor, ganhou mais música, mais convidados famosos. E, ao que parece, tem encontrado um rumo.
"Não, não aumentou o número de famosos. Nós passamos a aproveitar melhor a participação deles no contexto do programa", eufemiza Fátima, que diz não se preocupar com os índices de audiência. "Tenho certeza de que vamos crescer, sem apelar."
Conta que o desapego que teve com o "Jornal Nacional", onde ficou por 13 anos, não foi o mesmo de quando deixou o balé. Fátima era bailarina. "Evitei por anos ver espetáculos. Já o 'JN', eu gosto de visitar. Lá eu ouço: 'Olha, a artista veio nos ver'".
E é com essa mudança, de "jornalista" para "artista", que Fátima vem se acostumando. Ela tratou de explicar logo cedo para os trigêmeos, hoje com 15 anos, que o "papai" e a "mamãe" tiravam fotos com estranhos porque apareciam na TV.
Ela começa então a enumerar os fatos de sua vida que despertaram a atenção das pessoas. Casou-se com o âncora, teve trigêmeos, até o alisamento que fez no cabelo em 2002 virou notícia.
"Ai, como eu me arrependo. Não pensei que um cabelo fosse chamar tanta atenção", diz a apresentadora, que hoje pauta as revistas femininas com figurinos mais ousados que os da época de bancada. "Eu queria morrer quando a vendedora dizia: 'Chegou um blazerzinho que é sua cara!'. Blazer? Achavam que eu me vestia como no 'JN'", diz, entre risos.
Mas Fátima diz divertir-se mesmo com as revistas de fofoca. "Adoro comprar as que saem na capa: 'Descubra o motivo da separação de William e Fátima'. Eu compro para descobrir por que a gente está se separando."
Notícias do tipo ficaram mais frequentes quando ela deixou a bancada. Diziam que o casal estava em crise, e que a Globo temia uma briga no ar. "Cheguei a avisar meus filhos que esse tipo de notícia sairia. Mas logo vem uma viagem de férias e as revistas dizem que gente viajou para salvar o casamento [risos]."
EM OBRAS
Dezembro/2011
Fátima Bernardes deixa a bancada do "Jornal Nacional", depois de quase 14 anos apresentando
o noticiário
Junho/2012
O matinal "Encontro com Fátima Bernardes" estreia com uma média de 10 pontos no Ibope*
Dezembro/2012
Em meio a uma grave crise de audiência, a atração registra sua pior média, 3 pontos, e fica atrás do SBT e da Record
Janeiro/2013
O "Encontro", que tinha como proposta original combinar jornalismo com histórias de pessoas comuns, passa a apostar na música e em convidados famosos. A mudança aumenta a média de ibope do programa, que sobe de 6,1 pontos, em janeiro, para 6,7, em março
Fevereiro/2013
Boninho, que também dirige Ana Maria Braga no "Mais Você", assume o comando da atração com a missão de unificar a direção artística e a interlocução dos dois programas
Maio/2013
A Globo faz mais uma alteração no programa, desta vez no cenário, criticado desde o começo pela pouca iluminação e pela decoração com cores consideradas "apagadas"
Livraria da Folha
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