Em meio a protestos, Flip, principal festa literária do país, ganha ares de fórum político
A política promete ser a vedete da 11ª Festa Literária Internacional de Paraty, que começa na próxima quarta.
A politização já estava na pauta do curador da Flip, Miguel Conde, bem antes do início da onda de manifestações pelo Brasil, dando à festa literária ares de fórum de discussão dos rumos do país.
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"Neste ano, há, sim, inflexão política, tanto pelos temas das mesas quanto pelo perfil dos convidados", diz Conde. O anúncio, anteontem, de três mesas extra, sobre os protestos país afora, só reforçou essa inflexão.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
E a programação dá ênfase ao pensamento de esquerda, o que transparece já na escolha de Graciliano Ramos (1892-1953), crítico de mazelas sociais em "Vidas Secas" (1938) e outras obras, como homenageado desta edição.
Entre os convidados, estão o crítico de arte T.J. Clark, autor de "Por uma Esquerda sem Futuro" (ed. 34), Gilberto Gil, ex-ministro no governo Lula, o cineasta Eduardo Coutinho, diretor de "Cabra Marcado para Morrer" (1985), e o palestino Tamim Al-Barghouti, "o poeta da Primavera Árabe".
Voz dissonante, o francês Michel Houellebecq, tachado de direitista em seu país, desistiu de última hora.
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