Interesse na vida íntima da poeta Elizabeth Bishop joga luz sobre obra
Poeta, feminista, homossexual e alcoólatra, a americana Elizabeth Bishop (1911-1979) vivia fugindo de rótulos. Desvalorizada em sua própria época, ela, que não acreditava em literatura como instrumento político, acabou tendo sua obra alavancada pelo feminismo e o movimento de afirmação gay.
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Essa é a conclusão do pesquisador americano George Monteiro, organizador de "Conversas com Elizabeth" (Autêntica), que chega agora às livrarias. O livro é uma coletânea de entrevistas concedidas pela poeta a veículos brasileiros e estrangeiros.
"O interesse imenso por sua vida pessoal provocou uma releitura póstuma à sua obra", diz Monteiro.
A curiosidade em torno da intimidade de Bishop, que ela pouco revela nas entrevistas, é satisfeita em parte com o filme brasileiro "Flores Raras", que estreia hoje em 200 salas.
O longa retrata a vinda de Bishop ao Brasil em 1951, onde viveu por duas décadas.
A poeta morou no Rio, onde se dividia entre a capital e Petrópolis, e manteve um relacionamento com a urbanista brasileira (nascida em Paris) Lota de Macedo Soares.
"Nunca me senti uma exilada, mas também nunca me senti exatamente em casa", disse a poeta ao "Christian Science Monitor", em 1978.
Essa afirmação sobre o Brasil é menos incisiva que sua opinião mais célebre --de que o país era "um horror", escrita em carta ao poeta americano Robert Lowell, em 1953.
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