Kimbra mistura sua música indie às batidas do Olodum
Uma das combinações mais curiosas do palco Sunset (que junta bandas e artistas de estilos distintos) nesta edição do Rock in Rio será, sem dúvida, a cantora neozelandesa de indie pop Kimbra com o bloco de percussão soteropolitano Olodum.
O dueto acontece hoje, a partir das 17h30. A artista de 23 anos é frequentemente comparada à islandesa Björk, dado o teor experimental e futurista do seu trabalho --que flerta, inclusive, com a música étnica --e, principalmente, pelas suas preferências fashionistas. Bom, hoje ela vai descer o Pelourinho.
Kimbra se declara responsável pela união. "Sou uma grande fã do Michael Jackson e adoro o vídeo de "They Don't Care About Us" [que teve a participação do grupo baiano]. Quando pediram que pensássemos em artistas brasileiros com os quais colaborar, pensei em Sepultura e Hermeto Pascoal, que eu amo. Mas achei que seria mais legal trabalhar com um grupo de percussão, então lembrei do Olodum", diz a neozelandesa, em entrevista à Folha.
O repertório deve focar em "Vows" (2011), o primeiro e único álbum da cantora, repleto de arranjos sofisticados e elementos eletrônicos.
"Nosso show é diferente do disco, soa muito mais pesado, e a energia contagiante de um grupo de percussão vai acentuar isso", afirma.
Em tempo, sua banda recentemente incorporou um baixista, Anthony Lidell, à formação.
Kimbra adianta que a canção que a tornou mundialmente conhecida, "Somebody that I Used to Know", na qual colaborou com o produtor e cantor belga-australiano Gotye, ficará de fora. "Seria muito estranho tocá-la sem ele", afirma.
TOCANDO COM ÍDOLO
Baseada em Melbourne (Austrália), ela está passando a maior parte do tempo em Los Angeles, onde trabalha no seu segundo álbum, previsto para o início de 2014, que contará com o produtor Damian Taylor (que já gravou dois discos de Björk).
Segundo a cantora, o novo trabalho soará "bem experimental, mas atraente e divertido". Ela adianta as participações de Michael Shuman (do Queens of the Stone Age), do baixista de fusion Thundercat e do seu ídolo da adolescência, Daniel Johns, ex-vocalista da eterna banda "teen" Silverchair.
"Eu os amo, 'Diorama' [2002] foi o primeiro disco que eu comprei", diz, sem disfarçar o entusiasmo.
Tendo constituído sua formação musical nos anos 2000, Kimbra fala do elemento jazzístico do seu trabalho sem pompa.
"Não ouço muito jazz, para mim é muito mais um estado mental do que um gênero. Quando escuto Miles Davis, me chama muito mais atenção a espontaneidade e a falta de limites do que as notas tocadas", conclui.
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