Apresentada hoje e amanhã em SP, nova coreografia da Quasar vai virar filme coletivo
Olhos, boca, braços, coração, vísceras, sexo e pernas. São essas as partes do corpo humano que conduzem os movimentos no espetáculo "Por 7 Vezes", nova coreografia de Henrique Rodovalho, 48, em comemoração aos 25 anos da Quasar Cia. de Dança.
"Dá para perceber fases na trajetória da companhia; no começo havia uma relação apaixonada com a dança, um atrevimento que o tempo foi modificando. Hoje há uma certa maturidade", explica o coreógrafo e fundador do grupo.
Mas a maturidade não matou a sede de inovar. "Por 7 Vezes" é mais que uma coreografia para ser vista no palco, onde estreia neste sábado e domingo (5 e 6 de outubro), no Teatro Alfa. Vai virar filme em 2014 pelas lentes de sete diretores, cada um com autonomia para fazer o registro autoral da cena, numa coprodução Brasil-França.
É um projeto inédito em seu formato, diz o coreógrafo. "Pesquisei outras iniciativas como essa no mundo e não encontrei nada do tipo", afirma Rodovalho. Ao contrário de musicais ou de filmes que retratam coreografias criadas apenas para palco, nessa a ação foi pensada para conciliar tanto a visão distante da caixa cênica quanto a proximidade das lentes de cineastas que já tiveram algum envolvimento com dança ou atuação.
É o caso de Tata Amaral, ex-bailarina, e da atriz e diretora portuguesa Maria de Medeiros, dois nomes já confirmados. "Convidei a Carolina Ferraz, que foi bailarina por muito tempo, e seria sua primeira direção, mas ela ainda está pensando, quer ver o espetáculo antes", conta.
A preocupação com o gestual físico se expandiu para os rostos, que também se tornam mais expressivos, embora não haja nenhum "bailarino interpretando uma ação ou reação, é tudo através do movimento".
O desenrolar da "trama" acontece pela alternância de climas, com momentos mais intensos e rápidos e outros delicados. Uma diferença entre a versão do palco e a do filme é que na segunda serão convidados ex-bailarinos do grupo, além dos nove que integram seu quadro atual e o espetáculo.
Partindo dos olhos e descendo até terminar nas pernas, as tais sete partes do corpo são abordadas tanto por sua funcionalidade quanto por significados poéticos. Com um belo figurino e a trilha potente de André Mehmari, que mesclou sua verve acústica ao pendor pela música eletrônica do grupo, "Por 7 Vezes" é dança, mas tem os elementos para migrar para a grande tela.
Graças à prontidão do patrocínio francês, no entanto, a estreia acontecerá lá.
POR 7 VEZES - QUASAR CIA. DE DANÇA
QUANDO 5/10 (sábado), às 20h; 6/10 (domingo), às 18h
ONDE Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, São Paulo; tel. 11-5693-4000)
QUANTO de R$ 40 a R$ 80
Livraria da Folha
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