Crítica: Vídeos são fofos e criativos, mas apelar aos gatos é rebaixar o nível
São todos muito fofos, são todos uma graça, mas os clipes com os gatinhos exibidos no Internet Cat Video Festival --o nome até que é bom-- são mais um exemplo de eventos popularescos, que mais confundem a já confusa compreensão do que pode ser visto como arte contemporânea.
Como estratégia para buscar novos públicos ao museu, o formato até poderia ser valido: retirar da internet conteúdo que chama a atenção, levando uma atividade que costuma ser individual a tornar-se um evento coletivo.
Museu cria festival de vídeos com gatos e diz que tem valor artístico; assista alguns
Documentário analisa fenômeno da gataria
Os vídeos são criativos e engraçados, já alcançaram milhões de observadores, mas não estão nada longe de outro besteirol recente, a dancinha do "Harlem Shake".
E aí reside a questão essencial: será que é preciso rebaixar tanto o nível?
Há um desespero, comum a muitos museus em todo mundo, em alcançar maiores bilheterias, legitimando-se pela quantidade de visitantes e não pela qualidade do que é exposto. É nesse contexto que se pode olhar para eventos como o Internet Cat Video Festival.
Estratégias assim simplistas são pura jogada de marketing. Com tantas obras em vídeo polêmicas, divertidas e até sensacionalistas, que poderiam ajudar a atrair público, apelar para os gatinhos é uma opção fácil demais.
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