Bonnie e Clyde voltam ao crime na TV
Bonnie Parker e Clyde Barrow tocaram o terror nos Estados Unidos dos anos 1930. Eles assaltaram bancos, roubaram comerciantes e, eventualmente, mataram quem atravessasse o caminho da dupla. A saga real do casal criminoso serve de base para "Bonnie & Clyde", minissérie que estreia hoje no Brasil.
Na produção, dirigida por Bruce Beresford ("Conduzindo Miss Daisy"), Clyde (Emile Hirsch) é apresentado como um rapaz de infância pobre, que começou como um ladrão de galinhas. Já Bonnie (Holliday Grainger) é retratada como uma atriz frustrada que vê no crime uma forma de fugir da vida sem graça a que parecia estar destinada.
Divulgação | ||
Em cena da minissérie, Bonnie Parker (Holliday Grainger) e Clyde Barrow (Emile Hirsch) posam para foto que será divulgada em jornais americanos |
"Como naquela época passavam boletins policiais antes dos filmes no cinema, era quase como ter um reality show na TV", comparou Holliday Grainger em conversa dos atores com a imprensa, da qual a Folha participou.
A personagem, ao contrário do que o machismo da época fazia supor, não é influenciada pelo parceiro. "Quando li o roteiro, percebi que ela era a força motriz do casal", afirmou. "É maravilhoso ler um roteiro no qual a mulher é quem conduz."
"Bonnie é muito ambiciosa e boa em alcançar seus objetivos, além de carregar um aspecto de insurreição contra o establishment", analisou. "São aspectos dela que acho inspiradores."
A atriz contou que, durante sua pesquisa, leu cartas, diários e uma biografia escrita pela mãe de Bonnie (na trama, vivida por Holly Hunter), mas não quis assistir a outras versões da personagem.
"Eu vi o filme com a Faye Dunaway ['Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas', de 1967] quando criança, mas preferi me manter fiel ao roteiro", disse. "A performance dela é maravilhosa, mas a minha é bem diferente."
Embora o final da minissérie seja conhecido —a morte da dupla completa 80 anos em maio—, um personagem importante para o desfecho ganhou contornos mais palpáveis na nova versão da história: o policial aposentado Frank Hamer, que volta à ativa para caçar o casal.
"Eu penso nele como herói", disse o intérprete, William Hurt. Ele usou o episódio em que foi feito refém no Brasil (na época das filmagens de "O Beijo da Mulher Aranha", de 1985) para ilustrar como a depressão econômica pode ter levado Bonnie e Clyde à criminalidade.
"Ali percebi que todos os envolvidos estavam, de alguma forma, presos em uma situação extremamente difícil. Quem não conhece a pobreza de verdade não entende."
NA TV
Bonnie & Clyde
Minissérie em dois episódios
QUANDO hoje e amanhã,às 22h,
ONDE no History Channel
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
Livraria da Folha
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