Crítica: Saga de Hércules é recontada com excesso de efeitos especiais
Doses maciças de efeitos especiais, cenários artificiais e uma forte aparência de videogame. Assim é o cinema de ação atual em Hollywood, assim é este novo "Hercules". Mas seriam esses problemas poderosos o suficiente para destruir a história desse herói da mitologia grega?
Muitos diretores já filmaram parte de sua história. A melhor versão é a de Vittorio Cottafavi, um mestre do cinema italiano, hoje esquecido.
"Hércules na Conquista da Atlântida", de 1961, longe de ser um de seus melhores trabalhos, é um ótimo exemplo de péplum (filmes de espada e sandália), gênero popular naquela época.
Divulgação | ||
O ator Kellan Lutz interpreta o semi-deus Hércules, filho de Zeus, em cena do filme 'Hercules' |
O finlandês Renny Harlin, diretor do competente "Duro de Matar 2" (1990), sucumbe à mania dos efeitos insuportáveis que param e aceleram a imagem, efeitos surgidos com "Matrix". De 1961 para cá, ganhou-se em tecnologia mais ou menos o que se perdeu em cinema.
HABILIDADES
Como "Hercules" tem apenas 99 minutos —uma bênção nestes dias de filmes enormes— esses efeitos não chegam a destruí-lo. Ainda mais porque Harlin demonstra habilidade nos momentos dramáticos.
Hercules (Kellan Lutz) é um semideus, filho da rainha Alcmena com Zeus. Renegado pelo rei Anfitrião como fruto de uma relação adúltera da rainha, é vendido como escravo após uma batalha suicida para o qual fora mandado. É um escravo semideus, portanto, um escravo temporário.
Na base do muque, o herói passa a buscar seus direitos como príncipe e o reencontro com a amada Hebe (Gaia Weiss), princesa de Creta que foi prometida a seu irmão mais velho, o aprendiz de tirano Íficles.
Assim como no recente "Frankenstein", vemos aqui a descoberta e aceitação da identidade pelo próprio herói. Quando toma consciência de como veio ao mundo e aceita que seu propósito na terra é salvar o seu povo da tirania de um rei, Hercules se torna ainda mais forte, pronto para cumprir a missão.
HERCULES
DIREÇÃO Renny Harlin
PRODUÇÃO EUA, 2014
ONDE Anália Franco UCI e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular
Livraria da Folha
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