Vivadança, maior festival do gênero do Norte-Nordeste, começa nesta sexta
O 8º Vivadança Festival Internacional, maior festival de dança da região Norte-Nordeste começa nesta sexta (11), em Salvador (BA), com o espetáculo "Meráki", da companhia mineira Fusion.
A coreografia do grupo de dança urbana explora estilos como rocking, house, hip hop e até danças de salão.
A escolha é significativa: uma das características do festival baiano, que se estende para outras cidades (neste ano, terá apresentações em Belo Horizonte e Vitória, ES), é o olhar abrangente para todos os tipos de dança feitas atualmente no Brasil e no mundo.
É abrangente também no alcance. A última edição, em 2013, teve um público de cerca de 26 mil pessoas, segundo a coreógrafa baiana Cristina Castro, curadora do festival.
A programação que atrai tanta gente expande as fronteiras da dança: há de exposição de fotos a batalha de break dance.
Os espetáculos, de grupos de dez países e sete estados brasileiros, estão espalhados por oito teatros de Salvador, incluindo os históricos Vila Velha e Castro Alves.
Entre os destaques nacionais da programação, a companhia gaúcha Muovere mostrará sua criação de dança para bebês, "Tóin", no sábado (12) e domingo (13), no Cine-Teatro do ICBA.
Na terça-feira (15), o grupo carioca Focus leva "As Canções que Você Dançou pra Mim", coreografia contemporânea com 72 músicas do repertório de Roberto Carlos, para o Teatro Castro Alves.
No mesmo local, no dia 23, a Quasar Cia. de Dança, de Goiânia, comemora seus 25 anos de existência com o espetáculo "no SINGULAR".
ATRAÇÕES INTERNACIONAIS
O coreógrafo israelense Idan Cohen, que está em Salvador coordenando uma residência artística com bailarinos brasileiros, vai apresentar duas de suas criações neste fim de semana (12 e 13).
Em "Songs of a Wayfarer", ele usa a música do compositor alemão Gustav Mahler (1860-1911) para embalar a jornada interior do viajante em busca de imagens de um lar.
Já em "3 Pieced Swan, op. 1", ele cria um "Lago dos Cisnes" de estética punk, com bailarinos-cisnes atormentados e roupas rasgadas.
O resultado da residência com cinco bailarinos baianos, a coreografia "Bolero", também será mostrado nessas apresentações.
Outro grupo de destaque é o alemão Cie. Toula Limnaios, que traz ao Brasil "Anderland" (outra terra), espetáculo que une a linguagem da dança com a das artes plásticas.
E o coreógrafo português Paulo Ribeiro apresenta "Sem Tu não Pode Haver um Eu", um solo que representa o momento que vive seus 30 anos de carreira.
NOVOS BAIANOS
A mostra de novos coreógrafos, parte da programação, cumpre um dos objetivos da organização do festival.
"Queremos funcionar também como uma vitrine da dança contemporânea baiana. Convidamos sete diretores de festivais internacionais e nacionais para o evento", diz Castro.
Na safra da nova dança baiana, o festival tem trazido nomes como Dejalmir Melo, que já passou pelos grupos Corpo, Quasar e companhias internacionais, e volta à terra natal como coreógrafo e a jovem Isaura Tupiniquim, que saiu da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia.
HIP HOP
A mostra de hip hop, que faz parte do Vivadança há cinco anos, é o retrato do que rappers, dançarinos de rua e simpatizantes entendem da palavra: hip hop não é só música ou dança, é estilo de vida.
Para dar conta desse universo, o festival terá palestras, feira de produtos (CDs, tênis, camisetas, bonés), oficina de grafite, shows com MCs como o carioca Marechal e batalha de break.
Além de trazer em massa o público da periferia de Salvador para os teatros do centro da cidade, a mostra de hip hop simboliza bem a importância que o estilo vem ganhando nas artes.
"Uma das características da dança contemporânea é ter ido para a rua, para os espaços urbanos. O break e os outros estilos de danças urbanas agora trazem a rua para o centro do palco", diz Castro.
MAIS INFORMAÇÕES
festivalvivadanca.com.br
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