Belas Artes volta com quatro pré-estreias e 'Medos Privados'
O Belas Artes voltará a bloquear vias em São Paulo. Se o fechamento do tradicional cinema de rua em 2011 provocou passeata na avenida Paulista, sua reabertura, neste sábado (19), interditará duas das faixas da rua da Consolação.
Um palco será montado em frente ao cinema para a cerimônia de reabertura do espaço, marcada para as 15h30. No dia, os ingressos para as sessões custarão R$ 10, mas paga metade quem mostrar que mora na cidade de São Paulo.
Na programação de abertura, quatro pré-estreias: o brasileiro "Aos Ventos que Virão", os argentinos "O Estudante" e "Filha Distante" e o japonês "Como nas Canções dos Beatles-Norwegian Wood". "Medos Privados em Lugares Públicos" (2006), de Alain Resnais (1922-2014), que ficou em cartaz ali três anos e meio, também será exibido.
Nem todas as seis salas estarão operando no sábado. Uma delas só será aberta na segunda (21). As duas salas do subsolo devem ficar prontas daqui a 15 dias.
"Tinha tanta expectativa que falei: 'Vamos abrir como dá e entregar aos poucos o que falta'", afirma André Sturm, proprietário do cinema.
O Belas Artes fechou as portas no início de 2011, quando o dono do imóvel o exigiu de volta. O fechamento provocou abaixo-assinado com mais de 28 mil assinaturas e passeatas. O local reabre agora como Caixa Belas Artes, uma contrapartida exigida pela Caixa Econômica, que passará a bancar as operações do cinema a um custo anual de cerca de R$ 1,8 milhão.
A reforma, orçada em R$ 7 milhões, coube à iniciativa privada. Agora, todas as salas terão projetores digitais, mas três delas continuarão exibindo cópias em 35 mm.
Os ingressos serão cerca de 20% mais baratos do que a média na região, segundo Sturm. O preço da entrada não deve ultrapassar R$ 20.
Uma das salas será gerida pela SP Cine, recém-criada agência de fomento ao audiovisual na cidade. Na programação, apenas filmes brasileiros inéditos na cidade, além das mostras que hoje ocorrem na Caixa Cultural, no centro.
Por enquanto, só um filme foi programado para ser exibido na sala, "Aos Ventos que Virão", de Hermano Penna.
O "Noitão", maratona mensal de filmes nas madrugadas dos fins de semana, volta a funcionar a partir de agosto.
Segundo Sturm, já estão planejadas também mostras especiais no segundo semestre (veja abaixo).
No térreo, a partir de outubro, começa a funcionar uma sala com comes e bebes servidos pelo bar Riviera, que fica do outro lado da rua.
Em entrevista coletiva na última quinta (17), o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, disse que o modelo adotado no Belas Artes, de atrair investidores a partir da mudança de nome do estabelecimento, pode servir para recuperar outros três cinemas de rua desativados no centro da cidade: o Art Palácio, o Marrocos e o Ipiranga.
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