Instituição brasileira indica Moniz Bandeira para o Nobel de Literatura
A União Brasileira de Escritores (UBE) indicou o historiador e cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira para disputar o Prêmio Nobel de Literatura 2015, a mais importante honraria da área.
Moniz Bandeira, 79, mora atualmente na cidade alemã de Heidelberg, onde é cônsul honorário do Brasil. É autor de mais de 20 livros, quase todos sobre política internacional e as relações dos EUA com a América Latina.
Tuca Vieira/Folhapress | ||
O historiador e poeta brasileiro Luiz Alberto Moniz Bandeira |
Na área mais propriamente literária, publicou as coletâneas de poemas "Verticais" (1956), "Retrato e Tempo" (1960) e, mais recentemente, "Poética" (2009), pela editora Record.
"Moniz Bandeira é um intelectual que vem repensando o Brasil há mais de 50 anos. Tem um posicionamento marcante em favor da política cultural, da defesa da liberdade de expressão e da nacionalidade brasileira", afirma o presidente da UBE, Joaquim Maria Botelho.
"As escolhas do Nobel também têm um tanto de política e por isso achamos que o Moniz Bandeira representa uma candidatura com potencial."
Para ele, não há problema em indicar ao Nobel, um prêmio eminentemente literário, um nome mais conhecido por sua produção na áreas de história e política.
"Nós fizemos uma análise cuidadosa da poesia dele, que é de muito bom quilate. Ele também tem uma vasta produção como cronista. Embora menos divulgada, a produção literária dele é muito consistente", diz Botelho.
Nos últimos anos, a UBE vem sendo oficialmente convidada pela Real Academia Sueca, instituição que outorga o Nobel, para sugerir escritores ao prêmio.
Em 2012, a UBE indicou o crítico literário Antonio Candido. Em 2013, o poeta Manoel de Barros. Nos últimos dois anos, indicou Moniz Bandeira.
A UBE tem cerca de 1.600 associados. Neste ano, 25 participaram do processo de escolha. Além de Moniz Bandeira, foram votados Chico Buarque e Nélida Piñon.
As indicações ao Nobel de Literatura poderiam ser feitas até o final de janeiro. A Academia Sueca nunca divulga a lista de indicados, e não necessariamente precisa escolher um nome que tenha sido recomendado.
Até por isso, não se pode ter certeza se algum outro escritor brasileiro foi indicado.
Pelas regras do Nobel, mesmo instituições e pessoas qualificadas (acadêmicos, escritores) não convidadas podem recomendar nomes. O Nobel é divulgado em outubro.
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