Peça aparece de maneira ainda tímida na semana de moda
Durante o desfile da Dior, na semana passada, um único véu se destacava em meio aos convidados. Uma das raras jornalistas de moda muçulmanas a cobrir a semana de moda de Paris usando a peça, Hala Al Gergawi vive em Dubai, nos Emirados Árabes.
"No aeroporto pediram para eu tirar o véu e revistaram minha mala", conta Al Gergawi, que diz se sentir estranha na cidade.
François Guillot/AFP | ||
Modelos com véus da Kenzo, na semana de moda de Paris |
"No meu país, usar o véu é uma opção. Nós adoramos o desafio de combinar uma peça que pode parecer feia para os outros", diz Al Gergawi.
Até agora, há poucas e sutis referências à questão religiosa nas passarelas da semana de moda de Paris. Só na passarela, porque fora dela vários policiais revistam os convidados na entrada dos desfiles mais disputados lembrando que o momento ainda é de tensão.
A grife Kenzo, no domingo (8), colocou o véu na cabeça das modelos, que desfilavam a peça em looks de inspiração esportiva e que, segundo os estilistas Carol Lim e Humberto Leon, baseavam-se na ideia de camuflagem.
Antes, o cipriota Hussein Chalayan deu continuidade ao seu repertório de coleções que debatem o tema da religiosidade ao explorar os costumes dos nômades berberes, de maioria muçulmana.
Ainda na metade da programação, a semana parisiense deve explorar mais a questão.
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