Fendi foi pioneira ao usar pedaço de animal em bolsa
A italiana Silvia Venturini Fendi faz parte da terceira geração de uma das famílias mais tradicionais de Roma, um clã que começou a Fendi como uma empresa familiar e artesanal e que detém o posto de ter sido o primeiro, na história da indústria de roupa, a fazer da pele de animal selvagem um item "fashion".
"Ou você ama, ou odeia" diz a estilista, para responder se é ético usar bichos como adorno. "Respeito quem não usa. Mas, sinceramente, não vejo diferença entre comer carne e usar pele de animal", dispara ela, em entrevista realizada na nova loja da grife em Nova York.
Fundada em 1925 pela avó de Silvia, Adele, a Fendi introduziu a mistura de tecidos com peles e novas lavagens nas peças. Também foi a primeira a usar um pedaço de animal em uma bolsa.
A grife mantém toda a produção das roupas feitas com pele dentro de suas fábricas. Minks e raposas saem de países como EUA e Rússia, que têm grandes criações de bichos para o abate.
Na última coleção da Fendi, apresentada em Milão, o alemão Karl Lagerfeld seguiu à risca a herança da grife e misturou peles em peças de náilon, casacos esportivos e, claro, acessórios.
Ao lado de Silvia Fendi na direção criativa da marca, Lagerfeld, que também é estilista da Chanel, está na grife há 50 anos e já se disse a favor do uso dos animais na moda.
Mas, é preciso mesmo usar peles verdadeiras com tanta tecnologia têxtil à disposição? "Trata-se de um desejo primitivo. Há um fascínio que as peles exercem nas pessoas. Reis e rainhas sempre as usaram como símbolo de poder. Vestir algo selvagem tem a ver com desejo. O toque animal é indescritível", defende a estilista e empresária.
Giuseppe Cacace/AFP | ||
Durante desfile da grife Fendi em Milão, modelo usa casaco de pele de raposa |
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