Filme na TV: 'Guerra Conjugal' convida a julgar e não a entender personagens
Em geral as pessoas não se incomodam. Eu, sim. Parte dos filmes de Joaquim Pedro de Andrade tem o inconveniente de nos colocar um palmo acima dos personagens. Em vez de observar suas vidas, somos chamados a julgá-las. Assim é em "Guerra Conjugal" (1975, 14 anos, TV Brasil, 23h30), adaptação dos contos de Dalton Trevisan sobre o que Joaquim definiu como "psicopatologia amorosa na civilização do terno e gravata".
Em qualquer civilização, amor e psicopatologia amorosa são praticamente uma coisa só. É preciso, porém, não se esquecer de que, em 1975, agredir o "terno e gravata" era uma forma de se opor ao poder da ditadura.
Aliás, é sem terno e gravata que se desenvolve o melhor episódio, aquele, antológico, em que dois velhinhos casados têm prazer se odiando.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade