CRÍTICA
Filme 'Império Proibido' desperdiça história de terror sensacional
"Império Proibido" é um filme estranho: uma produção russa dublada em inglês e estrelada por um ator britânico, desperdiça uma história de terror sensacional de Nikolai Gógol (1809-1852) numa montanha de efeitos especiais e num roteiro confuso.
Dirigido por Oleg Stepchenko, o filme é baseado na história "Viy", de Gógol, sobre um jovem filósofo que é convocado a uma aldeia remota para tentar expurgar demônios do corpo de uma jovem, que ele descobre ser uma bruxa. Mas o filme usa a história apenas como ponto de partida, adicionando uma montanha de elementos que acabam por enfraquecer a trama.
Divulgação | ||
Cena do filme "Império Proibido" |
Jason Flemyng ("X-Men: Primeira Classe") faz um cartógrafo inglês que sonha em criar mapas perfeitos de terras longínquas. Em 1701, ele esbarra na tal aldeia, onde o corpo da bruxa repousa numa igreja abandonada, e vê monstros assustando o lugar.
Parece complicado, e é mesmo. Depois de meia hora você nem lembra o fio da meada, e a história vira uma mistura insana de efeitos especiais de computação gráfica, perseguições e criaturas voando pelos céus, tudo num ritmo vertiginoso de videogame.
Nada faz muito sentido, e qualquer alusão ao rico folclore russo e a tradições místicas locais acaba soterrado em efeitos visuais exagerados. Parece que a tônica dos filmes de horror/aventura esses dias é empilhar o máximo de referências visuais e cenas impactantes no menor tempo possível, sem dar ao espectador a chance de pensar no que está vendo. E de preferência, em 3D. Menos, por favor.
ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor do livro "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas).
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