CRÍTICA
'Os Intocáveis' é 'cinema-pipoca' e diversão escapista de primeira
Houve um tempo em que Hollywood se preocupava em produzir entretenimento adulto. Os estúdios lançavam filmes comerciais e que não tinham grandes objetivos além de encher seus cofres, mas eram produtos de alto nível.
"Os Intocáveis", de Brian De Palma, trazia Kevin Costner no papel de Elliott Ness, o agente do governo e caçador de gângsteres, e Robert De Niro como seu nêmesis, o temido Al Capone, "dono" de Chicago nos anos 1930.
Jogue no balaio um elenco de apoio fortíssimo –Sean Connery, Andy Garcia, Charles Martin Smith–, o roteiro de David Mamet, a música de Ennio Morricone e a criatividade visual de De Palma, e o resultado é um exemplar perfeito de "cinema-pipoca" e diversão escapista de primeira. Nenhum filme atual tem tanta gente talentosa junta.
Divulgação | ||
Andy Garcia, Sean Connery, Kevin Costner e Charles Martin Smith em 'Os Intocáveis' |
Estética, personagens e narrativa de "Os Intocáveis" remetem aos filmes de polícia e bandido dos anos 1940: mocinhos são bonzinhos, bandidos são sanguinários. Mas nem Ness, um homem de família, resiste a arremessar um capanga de Al Capone de cima de um prédio, cena que costuma transformar cinemas em estádios de futebol, com a plateia gritando e aplaudindo.
Ver "Os Intocáveis" na tela grande é um delírio, um retorno a um tempo em que o cinema era, de fato, a maior diversão, e uma lembrança de que Hollywood nem sempre se interessou só por "Jogos Vorazes" e "Transformers". Vale lembrar que o filme valeu a Connery o seu único Oscar.
ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor do livro "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade