Michael Moore volta mais otimista e ingênuo em novo documentário
Michael Moore, o documentarista mais controverso e famoso dos Estados Unidos, passou seis anos sem filmar, desde "Capitalismo: Uma História de Amor". Compreensível. Liberal, viu o governo Obama crescer, retirar tropas do exterior e recuperar boa parte da economia. O saco de pancadas republicano sumiu dos holofotes e, por consequência, o próprio Moore se recolheu.
Como o cineasta que cobriu massacres ("Tiros em Columbine") e o governo Bush ("Fahrenheit 11 de Setembro") encontraria um assunto suculento para tratar no novo "Where To Invade Next" ("Onde Vamos Invadir Agora")? Indo para a Europa, claro. Mas Moore não coloca o dedo nas feridas do outro lado do oceano. Pelo contrário: ele viaja por diversos países para encontrar exemplos de ações que deram certo para "roubar para os Estados Unidos".
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Reunião no Pentágono, parte de "Where to Invade Next", documentário de Michael Moore |
É uma excursão do bem. Passamos pelas prisões modelo da Noruega, os colégios finlandeses, a nutrição de escolas públicas francesas, política antidrogas em Portugal, as férias e 13o salário na Itália e por aí vai.
Moore precisou se reinventar. Ele nunca foi conhecido pela imparcialidade, contudo "Where To Invade Next" turbina sua opinião ao ponto de virar um espetáculo cômico -o filme inicia com uma atuação de Moore como um militar no Pentágono.
É um reflexo de como o jornalismo cômico -ou a comédia jornalística- de Jon Stewart, Stephen Colbert e John Oliver, todos influenciados de certa forma por Moore, tornou o trabalho do diretor menos urgente. É seu longa mais engraçado, sensacionalista e ingênuo.
Há um detalhe: Moore termina com um grande segmento sobre a Islândia e a importância de ter mulheres no comando, não apenas de grandes empresas, mas do governo. Hillary Clinton, provável candidata Democrata à presidência americana em 2016, agradece.
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