Após oito edições, Bienal Sesc de Dança muda de Santos para Campinas
Com 18 bailarinos nus, a Bienal Sesc de Dança estreia sua edição de 2015 em novo endereço. Após oito anos sendo realizado em Santos, litoral de São Paulo, o evento passa a ser feito em Campinas, interior do Estado.
No espetáculo de abertura, "Tragédia", da companhia francesa Ballet du Nord, o coreógrafo Olivier Dubois usa a nudez para deixar os bailarinos expostos e vulneráveis em uma dança que pretende refletir a força e a desgraça da condição humana.
Depois de Campinas, o grupo se apresenta em São Paulo, no Sesc Pinheiros.
José Caldeira/Divulgação | ||
'Fall', do coreógrafo português Victor Hugo Pontes, parte da Bienal Sesc de Dança |
A mudança de cidade está ligada a questões operacionais do Sesc, segundo o diretor, Danilo Miranda. Além de a unidade campineira ter sido ampliada, o Sesc de Santos já abriga um grande evento de artes cênicas e/ou performáticas, o festival de teatro ibero-americano Mirada.
"Fazer cada um destes eventos, que têm linguagens que se cruzam, em uma cidade diferente, cria um equilíbrio regional para as unidades do Sesc", diz Miranda.
O fato de Campinas abrigar uma importante faculdade de dança, na Unicamp, também ajuda, mas não foi fundamental.
"Teremos apresentações na Unicamp, mas também em outros espaços da cidade, como estações de trem ou o parque dos azulejos", diz Claudia Garcia, uma das curadoras da bienal de dança.
FORA DO PALCO
Segundo Garcia, esta edição tem um número maior de trabalhos em espaços urbanos –uma tendência que marcou a última bienal em Santos. A curadora diz que, em Campinas, a presença da dança fora do palco convencional será mais marcante.
Durante os 11 dias do festival, serão 80 apresentações (espetáculos, instalações e intervenções na rua), incluindo os 31 trabalhos selecionados entre os mais de 500 inscritos na convocatória da bienal e as companhias internacionais convidadas.
Além do Ballet du Nord, participam do evento grupos vindos da Argentina, da Áustria, de Portugal e do Uruguai.
"A companhia austríaca de Willi Dorner trará uma novidade, o recrutamento de artistas locais para fazer o seu espetáculo. Isso faz parte de estratégia de envolver a cidade no festival", diz Garcia.
Entre os brasileiros, duas companhias farão suas estreias em Campinas: o grupo de Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira, que criou "Estado Imediato" especialmente para o festival, e Michelle Moura, que apresentará "Blink-Mini-Uníssono Intenso-Lamúrio".
Outras companhias apresentarão no festival trabalhos já consagrados, como os premiados "Tira meu Fôlego", de Elisa Ohtake, e "Biomashup", de Cristian Duarte. O brasileiro radicado na França Wagner Schwartz fará uma ocupação durante a bienal, apresentando quatro de suas criações.
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