Coleção da Folha traz Huis Clos, grife que trouxe moda intelectual ao país
Eduardo Knapp/Folhapress | ||
Retrato da estilita Clô Orozco em galpão na Barra Funda |
O nome da grife não leva o da estilista que a criou, mas resume todo o legado deixado por ela na moda brasileira.
Um dos destaques do 11º volume da coleção Moda de A a Z, que a Folha lança no próximo domingo (1º), a Huis Clos implementou na cultura de moda nacional as referências à literatura, ao teatro e à filosofia.
Paixões de Clô Orozco (1950-2013), as áreas de conhecimento inspiraram o nome de sua etiqueta, tirado da peça homônima do existencialista Jean-Paul Sartre (1905-1980).
A moda intelectualizada da Huis Clos não era comum nos anos 1980, quando foi criada. As mulheres não usavam saltos, as roupas saltavam do corpo e sempre tinham um caimento fluído.
Parece pouco, mas a mudança desafiou as formas sensuais associadas à moda brasileira, comumente decotada e com pele à mostra.
Não que não houvesse transparências ou fendas, mas elas apareciam discretamente, com caimentos que exploravam diferentes tipos de modelagem.
Clô Orozco fez parte do grupo de designers Núcleo Paulista de Moda, ao lado de nomes como Gloria Coelho, Tufi Duek (Forum), e Renato Kherlakian (Zoomp).
Os estilistas foram os primeiros a serem escalados para o antigo Morumbi Fashion, semana de desfiles que, posteriormente, seria rebatizada de São Paulo Fashion Week.
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