Legião Urbana traz convidados e levanta público durante show em SP
Os membros remanescentes da Legião Urbana, com o músico e ator André Frateschi no vocal, subiram neste sábado (7) ao palco do Espaço das Américas, em São Paulo, com a missão de acompanhar um "artista" já consagrado: o cancioneiro da própria banda.
A reação do público que lotou a casa mostrou que as músicas ainda são capazes de arrebatar, 19 anos após a morte de Renato Russo e passados 30 anos do lançamento do álbum de estreia - o homenageado da noite e da atual turnê, "Legião Urbana XXX anos", iniciada no dia 23 de outubro, em Santos.
A plateia pareceu não se incomodar com o atraso de mais de 30 minutos para o início da apresentação. Assim que soaram os primeiros acordes da rápida "Será", o público se pôs a pular e dançar. Ficou claro que a Legião já estava com o jogo ganho. Frateschi e Dado Villa-Lobos, lado a lado, à frente dos outros músicos, mostraram boa química, dividindo os vocais vez ou outra.
Em seguida, veio "A Dança" e o vocalista pediu que a plateia acompanhasse com palmas. Foi prontamente atendido.
Sem pausa e sem se dirigir aos fãs, a banda emendou "Petróleo do Futuro" e "Ainda é Cedo", com Marcelo Bonfá no posto de vocalista. Mais solto, Frateschi passou a canção inteira dançando ao lado do baterista.
Um dos destaques da primeira parte do show, dedicada às 11 músicas do primeiro disco, foi a interação entre Dado e Frateschi em "Soldados". Os dois simularam um combate, que acabou com o vocalista estendido no chão.
O desfecho do primeiro ato ficou a cargo da plateia. Envolto em luzes de cor roxa, Frateschi apontou o microfone para os fãs, que se encarregaram de levar "Por Enquanto" até o fim.
O vocalista, aliás, chegou a afirmar que interpretar as músicas da Legião "não é qualquer coisa, não". De fato, há um tanto de reverência na performance do músico. Ele não copia os trejeitos de Renato Russo, como fez o ator Wagner Moura em 2012 e como fazem diversos cantores Brasil afora.
CONVIDADOS
Após uma breve pausa, a banda voltou para tocar "Tempo Perdido", com o produtor Liminha em uma das guitarras, e Dado e Bonfá se revezando no vocal. "Dá um nó na garganta tocar com a maior banda de rock do Brasil", afirmou Liminha, que já trabalhou com nomes como Os Mutantes, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Com mais de dois terços da apresentação percorridos, Dado chamou para o palco "um sujeito honrado", em suas próprias palavras. Era Rodrigo Amarante. Mãos nos bolsos, ele cantou "Monte Castelo", e depois admitiu: "Tô bem nervoso, hein".
Amarante ficou para mais uma música, "Quase sem Querer". Já à vontade, arriscou uma dança desajeitada e brincou: "Essa é mais fácil".
"Pais e filhos" teve Nico, rebento de Dado, na guitarra, e João Pedro, da prole de Bonfá, na bateria. O refrão "é preciso amar as pessoas/ como se não houvesse amanhã" foi praticamente berrado por boa parte do público.
Para o bis, a banda escolheu três hits de peso: "Faroeste Caboclo", Índios" e "Que País é Esse?".
No primeiro, Frateschi recorreu às suas habilidades de ator e interpretou um João de Santo Cristo raivoso.
O último, "uma música que fala de nós, vós e eles", segundo Dado, foi cantado em uníssono pelo público que, passadas quase duas horas de show, seguia firme e forte.
Com o palco já vazio e as luzes acesas, um grupo de fãs reclamou: "Faltou 'Eduardo e Mônica'".
Setlist
"Será"
"A Dança"
"Petróleo do Futuro"
"Ainda é Cedo"
"Perdidos no Espaço"
"Geração Coca-Cola"
"O Reggae"
"Baader-Meinhof Blues"
"Soldados"
"Teorema"
"Por Enquanto"
"Tempo Perdido"
"Daniel na Cova dos Leões"
"Conexão Amazônica"
"Há Tempos"
"Dezesseis"
"1965 (Duas Tribos)"
"Eu Sei"
"Teatro dos Vampiros"
"Monte Castelo"
"Quase sem Querer"
"Pais e Filhos"
"Angra dos Reis"
"Perfeição"
Bis
"Faroeste Caboclo"
"Índios"
"Que País é Esse?"
Livraria da Folha
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