Em dia de 'Star Wars', seis filmes salvam quem não gosta da franquia
Seis ousados aventureiros, cada um com suas origens e particularidades, resolvem testar forças contra uma enorme entidade que tem planos de dominação universal.
A trama caberia para definir a toada de algum dos filmes da saga "Star Wars" não fosse a tal entidade megalomaníaca a própria franquia criada por George Lucas –e cujo sétimo episódio, "O Despertar da Força", estreou nesta quinta (17) em 181 salas de cinema da Grande São Paulo.
Procurada, a Disney, distribuidora do longa, informou que o novo "Star Wars" será lançado em mais de mil salas do país, sem precisar o número. O Brasil conta atualmente com 3.001 salas de cinema.
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Cena do filme "Garota Sombria Caminha Pela Noite" |
Diante da invasão do filme mais aguardado do ano, há seis desafiadores de diferentes nacionalidades que se arriscaram a estrear no mesmo dia.
Este texto é para você, leitor, que não aguenta mais esse papo de jedis, que não sabe distinguir um jawa de um ewok e não está a fim de sentar no cinema ao lado de alguém fantasiado de Chewbacca. E que quer saber o que está em cartaz além do filme-de-que-todo-mundo-só-fala.
Comecemos por "Garota Sombria Caminha pela Noite", da estreante iraniano-americana Ana Lily Amirpour.
A levada aqui é mais sombria que o lado escuro da Força: numa cidade fantasma com quê de Irã e de subúrbio americano perambula uma vampira trajada de xador. Para o jornal inglês "The Guardian", "Garota Sombria" é uma mistura de "Nosferatu", David Lynch e Sergio Leone.
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John Turturro em cena de "Mia Madre" |
O documentário nacional "Hysteria", de Evaldo Mocarzel e Ava Rocha, cai nas estradas catarinenses com as atrizes da peça teatral homônima, montada pelo paulistano Grupo XIX de Teatro e que disseca a presença feminina na sociedade brasileira.
Em seus filmes anteriores, Mocarzel também já documentou grupos como a São Paulo Companhia de Dança e o Teatro da Vertigem.
Premiado no Festival de Cannes, "Mia Madre", do italiano Nanni Moretti, cavouca as agruras de uma relação familiar –mais estremecida que a da família Skywalker.
Na trama, uma diretora de cinema (Margherita Buy) enfrenta problemas com todos à sua volta: os colegas de set, o namorado, o ex-marido e tem de se resolver com a mãe (Giulia Lazzarini), internada.
"Mia Madre" tem elementos autobiográficos: o diretor Nanni Moretti ("O Quarto do Filho") teve de enfrentar a perda da mãe enquanto rodava "Habemus Papam" (2011).
'Yoda' da culinária
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Cena do filme "Norte, o Fim da História" |
Quatro horas e dez minutos. Nesse tempo é possível assistir aos dois primeiros episódios da trilogia clássica de "Star Wars" –com cinco minutos de intervalo entre eles.
Ou aproveitar esse mesmo tempo para conferir o longuíssimo longa "Norte, o Fim da História" –mas nem tão longo se comparado a outros filmes do filipino Lav Diaz (que já lançou várias produções com nove horas de duração).
Em "Norte", as histórias de três indivíduos (um estudante, um pai de família e uma mãe desamparada) se cruzam por causa de um crime cometido pelo primeiro deles.
O japonês "O Sabor da Vida", de Naomi Kawase, vencedor do prêmio de público na última Mostra de São Paulo, trata da relação entre o gerente de um loja de comida e uma hábil velhinha, uma verdadeira mestre Yoda da culinária.
Representante da Alemanha numa vaga no Oscar, o drama "Labirinto de Mentiras", de Giulio Ricciarelli, trata dos vestígios do nazismo na Alemanha do pós-guerra e de como ex-oficiais continuaram infiltrados em funções públicas –um pouco como os remanescentes do temido Império tentam reerguê-lo no novo "Star Wars".
Livraria da Folha
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