Barrado por detector de metais, R2-D2 brasileiro não pode ver 'Star Wars'
O robô R2-D2, um dos principais personagens de "Star Wars", chegou à pré-estreia de "O Despertar da Força" em um táxi adaptado para deficientes, utilizando rampa para cadeirantes. Estava entre os 630 convidados para a sessão que aconteceu em São Paulo nesta terça-feira (15), no Shopping JK Iguatemi, mas não pôde entrar.
Por medida de segurança, o público teve que guardar celulares e passar por detectores de metal. As medidas, segundo o paulistano Carlos Gueiros, construtor do R2-D2, impediram o robô de entrar no cinema.
Idêntico ao original, com cerca de 70 quilos e 1,09 metros, o R2 brasileiro está longe de ser único.
Estimativas do R2-D2 Builder, site criado por um fã entusiasmado em fazer réplicas de máquinas do "Star Wars" e que conta com 20 mil membros, dizem que há cerca de 200 robôs no mundo.
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
Os fãs de 'Star Wars' Erick Pascoalato (à esq.) e Carlos Gueiros, com réplica do R2-D2 |
No Brasil, além do de Gueiros, há outro construído pelo mineiro Douglas Baroni e um praticamente finalizado pelo paulistano Erick Pascoalato –os três são responsáveis pelo R2-D2 Builders Brasil, versão em português do site oficial, hoje com 66 participantes ativos e oito robôs em produção.
O trio teve como motivação o anúncio da nova trilogia, em 2012. Ali, viram a chance de assistir ao filme com um R2 de acompanhante. Gueiros foi o único que conseguiu, depois de menos de um ano de trabalho.
Formado em logística e fã de aeromodelismo, ele conta que "o mais difícil foi a parte elétrica". "Passei muito tempo estudando antes de testá-la, pois tinha medo que algo queimasse." Seu R2 é quase todo de alumínio, com algumas peças em madeira e detalhes em resina –como o do filme, anda, emite sons e gira a cabeça.
DOUTRINA DO 'AMOR'
Sem tanto tempo disponível, Baroni, engenheiro de produção, levou mais de dois anos para concluir o seu robô, mas vendeu a criação antes da estreia para um projeto social de fãs da série. O mineiro, que diz ter investido R$ 10 mil no R2, para o qual confeccionou quase todas as peças, não diz quanto cobrou.
"A nossa doutrina é construir por amor. Não fazemos para obter lucro, mas esse foi um caso especial", explica.
Entre os membros, é comum a comercialização das peças de difícil produção. O domo dos três R2s brasileiros, por exemplo, veio dos Estados Unidos e custa em média US$ 600.
Os construtores têm acesso aos desenhos do original, com as medidas externas, mas não existe um passo a passo –daí a importância dos sites e fóruns para a troca de experiências.
Após o sucesso do R2 de Gueiros na pré-estreia, o paulistano ainda não se deu por satisfeito. Pretende incluir no robô o periscópio e o braço, que no filme serve de acesso às informações dos computadores. Desistiu, no entanto, de levar a cria para o cinema na data em que irá acompanhado da mulher e dos filhos. Não quer ter de dividir a atenção.
A estreia oficial da nova trilogia aconteceu na quinta (17), a 0h01. Como esperado, dezenas de fãs, entre crianças e adultos, apareceram fantasiados. No Shopping JK Iguatemi, o longa-metragem foi aplaudido pelos admiradores.
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