'No Limite', que reestreia nesta quinta, inaugurou filão de 'musas de reality'
Quando o "No Limite" estreou na noite de um domingo, 23 de julho de 2000, ninguém sabia direito como classificar a atração.
Uma "gincana voyeurista"? Parte de uma "tendência bisbilhoteira", em uma "nova onda mundial" de shows que espiam "o comportamento de pessoas em situações críticas"?
Assim a "Ilustrada" tentou, na época, definir o que seria a temporada inaugural do primeiro reality show da história brasileira, que reestreia na noite desta quinta (28) no canal pago Viva.
Inspirado no americano "Survivor", do National Geographic Channell, o programa apresentado por Zeca Camargo e dirigido por Boninho ficou no ar, entre idas e vindas, até 2009.
Quem, entre 12 competidores, sobrevivesse a provas de força resistência com uma alimentação frugal (a dieta era restrita a 600 calorias por dia) em uma praia deserta do Ceará —a Globo chegou a fechar o espaço aéreo no local— embolsaria um prêmio de R$ 300 mil.
Hoje, o valor equivale a R$ 835 mil, corrigido pela inflação. Menos do que o atual R$ 1,5 milhão do "BBB 16", mas o mesmo que a "Casa dos Artistas", do SBT, pagou em 2001 a Bárbara Paz.
A vencedora da temporada foi Elaine, mas quem também saiu no lucro foi Andreia, a musa da edição, que inaugurou ali um filão entre ex-participantes de realities: posou na capa da "Playboy", clicada por J.R. Duran.
Eduardo Knapp - 27.set.00/Folhapress | ||
Andrea Baptista, que participou do "No Limite", posa com a cobra Gigi na redação da "Playboy" |
IGUARIAS E 'AVENTIRA'
Muito antes dos jurados do "MasterChef" (Band) acabam torcendo o nariz para as tentativas malogradas de pratos gourmet de competidores do reality-sensação dos últimos anos, estômagos reviraram entre os concorrentes do "No Limite".
Mais do que desafios de natação ou inteligência, o que marcou o programa foram banquetes chocantes, em que os participantes precisaram degustar olhos de cabra embebidos em uma bacia de gelo e miolos. Ou mesmo larvas, na segunda temporada, que já embarcou no sucesso da estreia e começou meses depois, em janeiro de 2001.
As provas não eram tão arriscadas como se anunciava. A rotina na praia era observada por uma equipe de cem pessoas, entre bombeiros, médicos e até "homens-rã", responsáveis por livrar a locação de cobras e outros bichos peçonhentos. José Simão, colunista da Folha, apelidou o formato de "aventira".
NA TV
No Limite
Reestreia da primeira temporada
QUANDO quintas, às 23h, e domingos, às 21h, no Viva
Livraria da Folha
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