Crise leva Tomorrowland a encolher número de shows e aumentar ingresso
O ritmo está desacelerado. Em 2015, os ingressos para o Tomorrowland se esgotaram antes mesmo de qualquer atração ser anunciada. Neste ano, a dois dias do início da segunda edição do megafestival de música eletrônica, cerca de 20% dos ingressos ainda estão disponíveis.
A organização do evento atribui a lentidão das vendas à crise econômica, que também atingiu a escala do festival. Em vez dos sete palcos da edição em que estreou no Brasil –a matriz é belga–, a versão 2016 terá seis. "[O contexto atual] nos obrigou a pensar como fazer para reduzir custos sem prejudicar a experiência do público", afirma Maurício Soares, diretor de marketing do festival.
Embora o festival traga neste ano nomes gigantes como David Guetta (em sua décima vez no país) e a estreia da dupla Axwell & Ingrosso, do antigo grupo Swedish House Mafia, o número total de atrações também caiu. Enquanto a primeira edição contou com 178 DJs, esta terá 140.
Quem for ao Parque Maeda, em Itu (cidade a 101 km de São Paulo), entre os dias 21 e 23, ainda encontrará entradas mais caras: os ingressos comuns (sem serviço VIP) vão de R$ 399 (um dia de evento) a R$ 899 (para os três dias).
O ingresso mais simples é R$ 100 mais caro que o da primeira edição. Para o passaporte de três dias, o aumento chega a R$ 200, superior à inflação do período. Segundo a organização, a culpa é do dólar, que "apresentou um aumento significativamente maior do que o da inflação no último ano e que tem forte influência sobre a estrutura do festival".
Assim, superar o número de 2015, quando 180 mil pessoas foram à megabalada durante três dias, será difícil.
Uma das apresentações mais esperadas é a da dupla belga de house Dimitri Vegas e Like Mike, eleita no ano passado pela revista "DJ Mag" como a melhor do mundo. Em entrevista à Folha, eles prometem "surpreender os fãs com faixas novas e um set tocado só com discos de vinil".
Entre os DJs brasileiros, o line-up unirá gerações. Os veteranos Marky e Gui Boratto dividirão as cabines com os novatos Davis e L_cio. Mais da metade da escalação deste ano é de nomes nacionais.
O acesso complicado ao Parque Maeda foi uma das maiores reclamações da edição anterior. Para facilitar o acesso, haverá rotas específicas para o festival. Outra novidade será a pulseira recarregável que funcionará como um cartão pré-pago para agilizar o pagamento de comidas, bebidas e serviços.
O acessório também poderá ser usado para entrar no evento, dispensando a apresentação do ingresso.
A festa ganhou um concorrente de peso no final de 2015. A primeira edição do Electric Daisy Carnival em São Paulo levou mais de 90 mil pessoas ao Autódromo de Interlagos. A produção, porém, não vê os concorrentes como uma ameaça. "O EDC é um festival noturno. No Tomorrowland a festa é ininterrupta", alfinetam.
Embora a crise tenha afetado a edição deste ano, o amanhã em Itu será colorido após a ressaca dos três dias. A edição de 2017 já foi confirmada.
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