Jazz & Heritage Festival começa com tributo a Prince em Nova Orleans
A repercussão da morte do cantor Prince, morto no dia 21, aos 57 anos, marcou o primeiro final de semana do 47.º Jazz & Heritage Festival, em Nova Orleans.
Bem ao estilo dessa cidade norte-americana, conhecida pelos funerais animados por bandas de rua, fãs homenagearam seu ídolo sem lágrimas, dançando e cantando sua música.
Foi assim na tarde do último sábado (23), durante os minutos que antecederam a apresentação do soulman Maxwell, no palco dedicado a atrações da black music. Um DJ tocou sucessos do cantor pop, como "Kiss" e "When Doves Cry", festejados por boa parte da plateia.
Sharon Jones e Janelle Monáe, cantoras que chegaram a trabalhar com Prince, também o homenagearam durante seus shows. Até mesmo músicos locais de outros gêneros, como o trompetista Kermit Ruffins e a banda de rock Gov't Mule, renderam tributos ao cantor.
SOL
Diferentemente do ano passado, quando temporais alagaram o hipódromo onde é realizado o festival, o sol brilhou durante todo o final de semana –tempo perfeito para um evento ao ar livre, com shows simultâneos em 12 palcos, que chegam a receber até 100 mil pessoas por dia.
Atração principal da sexta (22), a veterana banda Steely Dan conquistou uma multidão de fãs de várias gerações com uma seleção de hits, como "Aja", "Pretzel Logic" e "Black Friday", todos com arranjos sofisticados e pinceladas jazzísticas.
Mas nem esses clássicos da dupla Donald Fagen & Walter Becker, nem os dançantes covers de James Brown e Jackson Five interpretados por Janelle Monáe, chegaram perto do impacto causado pelo show da carismática Sharon Jones, na Tenda Blues.
Lutando contra um câncer desde 2013, ela fez uma apresentação furiosa, cantando e dançando como se estivesse fazendo o último show de sua vida. Já ao se despedir, demonstrou confiança: "Tchau, Nova Orleans. Daqui a alguns anos a gente se vê de novo".
Mais uma vez com uma programação repetitiva, a Tenda Jazz apresentou ao menos um ótimo concerto por dia. Na sexta, a pianista Geri Allen releu composições de Errol Garner, com o brilhante guitarrista Russell Malone a seu lado.
No sábado, o baterista Jack DeJohnette exibiu seu novo trio com o saxofonista Ravi Coltrane e o baixista Matt Garrison, filhos de lendários jazzistas. Finalmente, o pianista Herbie Hancock e o saxofonista Wayne Shorter hipnotizaram a superlotada plateia com seus solos viajandões, no domingo.
Anunciado só na véspera para encerrar o domingo, na Tenda Blues, o britânico John Mayall surpreendeu muitos que ainda não o conheciam. Aos 82 anos, esse influente blueseiro ainda canta e toca guitarra, gaita e piano com uma vitalidade impressionante.
O jornalista viajou a convite do New Orleans Convention and Visitors Bureau, da Copa Airlines e do Bourbon Street Music Club.
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